Campeã do Carnaval 2023, Imperatriz apostou em rainha de bateria que não é famosa
Maria Mariá faz parte da escola desde criança, quando desfilava na ala mirim
Da Redação –
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Aos 21 anos, Maria Mariá é a rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense, campeão do Carnaval 2023 do Rio de Janeiro. Ela é uma aposta da escola, que resolveu dar espaço a uma ‘não-famosa’ como destaque.
Maria disse em entrevista que realiza o sonho de muitas meninas do Complexo do Alemão e desfilou pela escola de Ramos, Zona Norte do Rio, na madrugada desta terça-feira (21) na Marquês de Sapucaí.
Ela representou a diaba que tenta Lampião. “A gente é inspiração para todo mundo, independente do lugar onde esteja . É tentar ser melhor e mostrar que é possível conseguir ser bom em qualquer nicho que as pessoas desejem”.
Maria Mariá faz parte da escola desde criança, quando desfilava na ala mirim. Antes de ser anunciada como rainha de bateria, ela desfilava na ala das passistas.
Ela é estudante de comunicação social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela também é faixa preta de taekwondo.
O anúncio da escolha de Maria como a nova majestade da Swing da Leopoldina aconteceu em novembro do ano passado. Antes, o posto era ocupado pela cantora Iza.
Ela já tinha mostrado o orgulho de ser do Complexo do Alemão durante o ensaio técnico da escola, em janeiro. Maria usou uma coroa, banhada à ouro em formato de boné com a sigla CPX, e que ganhou em sua coroação, em dezembro passado.
A escola em 2023
“O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida” foi o tema do desfile da Imperatriz leopoldinense, campeã do carnaval carioca de 2023.
A história de Lampião foi contada na Avenida, mas longe de uma perspectiva biográfica, ou definidora de Virgulino Ferreira como herói ou vilão. A escola de Ramos se debruçou sobre os cordéis para encontrar um destino para Lampião após a sua morte.
O destino de Lampião após a morte são nuances do desfile. A ida ao inferno, onde não consegue abrigo; a ida ao céu, onde também não é recebido; e, por fim, seu lugar na terra, onde ocupa um lugar nos imaginários dos brasileiros, especialmente entre os nordestinos.
Comandando o carnaval da Imperatriz, detentoras de oito títulos, Leandro Vieira fala que o trabalho dele e de sua equipe é pela “possibilidade de sonhar” com mais uma estrela na bandeira.
Ganhando ou perdendo a cerveja está garantida. Reservamos 15 mil latinhas para a festa. Fizemos nosso melhor desfile em 30 anos – disse o diretor da escola antes da apuração.
Neste ano, a escola também ficou nos assuntos mais comentados da internet após uma polêmica envolvendo a primeira-dama do Brasil. A youtuber Antonia Fontenelle criticou a roupa usada pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, na posse do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, ela comparou a vestimenta à roupa da velha-guarda da Imperatriz, que definiu como “apática” e, por isso, Janja foi convidada a desfilar pela agremiação.
Conheça a letra do samba
‘O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida’
- Autores: Me Leva, Gabriel Coelho, Miguel da Imperatriz, Luiz Brinquinho, Antonio Crescente e Renne Barbosa
Imperatriz veio contar pra vocês
Uma história de assombrar, tira sono mais de mês
Disse um cabra que nas bandas do Nordeste
Pilão deitado se achegava com o bando
Vinha no rifle de corisco e cansanção
Junto de Cirilo Antão, Virgulino no comando
Deus nos acuda, todo povo aperreado
A notícia corre céu e chão rachado
Rebuliço no olhar de um mamulengo
Era dia 28 e lagrimava o sereno
E foi-se então… Adeus, capitão!
No estouro do pipoco
Rola o quengo do caboclo
A sete palmos desse chão
Nos confins do submundo onde não existe inverno
Bandoleiro sem estrada pediu abrigo eterno
Atiçou o cão cá-trás, fez furdunço
E satanás expulsou ele do inferno
O jagunço implorou lugar no céu
Toda santaria se fez de bedel
Cabra macho excomungado de tocaia no balão
Nem rogando a Padim Ciço ele teve salvação
Pelos cantos do sertão… Vagueia, vagueia
Tal qual barro feito a mão misturado na areia
Quando a sanfona chora, mandacaru aflora
Bate zabumba tocando no meu coração
Leopoldinense, cangaceiro, a minha escola
Eis o destino do valente Lampião
Ficha técnica
- Fundação: 06/03/1959
- Cores: Verde, Branco e Ouro
- Presidente: Cátia Drumond
- Carnavalesco: Leandro Vieira
- Diretor de carnaval: Mauro Amorim
- Mestre de bateria: Lolo
- Rainha de bateria: Maria Mariá
- Intérprete: Pitty de Menezes
- Mestre-Sala e porta-bandeira: Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro
- Comissão de Frente: Marcelo Misailidis
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