O Ministério Público Federal decidiu que vai investigar o pastor André Valadão por suposto crime de homotransfobia, após a repercussão das falas do cantor gospel sugerindo que evangélicos matem homossexuais. Segundo Monica Bergamo, colunista do jornal Folha de São Paulo, o Ministério Público de Minais Gerais também abriu inquérito contra Valadão pelas mesmas falas.

“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’. Agora tá com vocês”, declarou André Valadão no vídeo.

Veja:

Nesta segunda-feira (3), a deputada federal Erika Hilton, do PSOL/SP, também fez uma denúncia contra o pastor no Ministério Público de Minas Gerais. O documento assinado por Erika Hilton afirma que “é importante dizer que a fala feita pelo Representado (Valadão), independentemente do contexto em que foi dita, apresenta um perigo de absoluta preocupação, sobretudo no contexto em que o Brasil figura no topo da lista de países que mais matam e violentam pessoas LGBTQIA+ em todo o mundo”.

André Valadão se manifestou

Diante da repercussão, o pastor André Valadão, da mesma igreja em que Guilherme de Pádua, assassino de Daniella Perez, também atuava como pastor, disse que foi mal interpretado e suas palavras distorcidas.

“Eu estou gravando esse vídeo, pois estou vendo várias mídias noticiando uma fala minha. Nela, eu uso um termo que está no livro de Gênesis, quando Deus, a partir do último dilúvio, destrói a humanidade por causa da promiscuidade sexual, por causa da libertinagem, por causa daquilo que um cristão considera contrária a vontade de Deus”, afirmou ele.

Em defesa própria, o pastor continuou. “A palavra também deixa claro que os últimos dias seriam como os de Noé, mas a grande diferença é que Deus não tem como resetar. Deus não vai matar, Deus não vai recomeçar a humanidade. Na minha mensagem, eu deixo claro que cabe a nós puxarmos a corda e resetarmos”, encerrou.