Oprah WinfreyThe Me You Can’t SeeApple TV +

“Aos 9, 10, 11 e 12 anos fui estuprada por meu primo de 19 anos. Eu não sabia o que era estupro. Eu não tinha ideia do que era sexo. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo comigo. Eu mantive esse segredo… é apenas algo que aceitei, que uma menina não está segura em um mundo cheio de homens”, desabafou ela, em lágrimas.

No episódio, a apresentadora contou que durante o período difícil em que foi molestada pelo primo, foram seus professores na escola que a “salvaram”. “Por muitos anos da minha vida, esse foi o único lugar em que realmente me senti amada. É por isso que durante tantos anos quis ser professora, para poder dar a outras crianças o que meus professores me deram”.

Após as revelações polêmicas, Winfrey falou sobre o assunto durante entrevista breve para o Today: “Por ter sido criada do jeito que fui, porque fui abusada sexualmente, estuprada, que tenho a simpatia pelas pessoas que passaram por isso. É porque fui criada pobre, e sem água corrente, e ter ido para o fundo do poço, e ter ficado fraca, que tenho alguma compaixão por quem passou por isso. E assim passei a ter uma compreensão mais ampla e um profundo apreço por cada pequena e grande coisa que tenho agora”.

Os abusos em família e as dificuldades financeiras não foram os únicos momentos complexos que Oprah passou em sua vida. No documentário ela também resgatou a dor que sentiu durante a sua mudança do Mississipi para Milwaukee, para morar com a mãe. Durante a infância ela morou com a avó, que a criou, mas em determinado momento ela teve que ir morar com a mãe que ela sequer conhecia bem. Quando chegou, foi recebida da pior maneira: Com racismo. “Naquela primeira noite, ela não me deixou entrar em casa. Havia um pequeno saguão de entrada que dava para a rua, e eu tive que dormir lá em um sofá. Eu sabia que estava sozinha”, lembrou Oprah, frisando que a mãe, que tem a pele mais clara que a sua, fez nada para defendê-la diante da situação de racismo na nova casa.

 

A série The Me You Can’t See foi lançada na Apple TV + em 21 de maio. A página do programa descreve-o como introdução de “histórias iluminadoras de todo o mundo, dando-nos a oportunidade de buscar a verdade, a compreensão e uma nova esperança para o futuro”. Outros desabafos polêmicos

Além das revelações de Oprah, o co-produtor executivo e co-criador, Príncipe Harry, também falou sobre o seu passado traumático e admitiu ter usado drogas e álcool para lidar com as saudades da mãe, Diana Spencer, que morreu em 1997 em um acidente de carro. O Príncipe também falou sobre os períodos difíceis que enfrentou com a mulher, Meghan Markle, na época em que ainda eram membros da realeza britânica, mencionando racismo e até as fragilidades emocionais da ex-atriz, que chegou a pensar em suicídio.