Segundo dados do Ministério da Defesa obtidos pelo ‘Estadão Verifica’, , convidada para assumir a Secretaria Especial de Cultura, pelo presidente Jair Bolsonaro, recebe R$ 6.843,34 mensais de pensão militar. Jesus Nunes Duarte, pai da atriz, foi primeiro-tenente do Exército e morreu em 1981, em um acidente de carro.

Regina recebe o benefício desde 1999. Ela teve três casamentos antes do atual com Eduardo Lippincot. Diferentemente do que ocorre em outros órgãos públicos, como a Polícia Militar de , em que apenas as filhas com estado civil de solteiras recebem pensão, o benefício para filhas de militares das é irrestrito na maior parte dos casos. Procurada, a assessoria de imprensa da atriz disse que não comentará o caso.

Contas reprovadas pelo MinC

A atriz teve as contas de uma peça de teatro reprovadas pelo governo federal, em 2018, e ficou obrigada a devolver aos cofres públicos R$ 319 mil, quase o valor total que conseguiu obter junto à iniciativa privada, em troca de renúncia fiscal. A peça é um dos projetos de sua empresa.

Por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), ela foi autorizada a captar R$ 408.540. Obteve de fato R$ 321 mil, dos quais R$ 319.614,75 deveriam ser restituídos ao Fundo Nacional da Cultura. A portaria com a decisão foi publicada em março de 2018 no Diário Oficial da União, assinada pelo então secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, José Paulo Soares Martins, do extinto , no governo Michel Temer.

O projeto intitulado Coração Bazar consistia na montagem e apresentação de um espetáculo, de autoria de Lenita de Sá, com adaptação dramatúrgica de Lauro César Muniz. Ele ficou em cartaz na cidade de São Paulo.

Segundo noticiou a revista Veja, André Duarte, filho de Regina e diretor da empresa, disse que a exigência de devolução do valor ocorreu porque não foram entregues ao Ministério da Cultura os comprovantes de que os ingressos eram gratuitos, contrapartida do contrato. Um recurso para mudar a decisão foi apresentado pela firma.

‘Casamento’

Regina Duarte passa por uma fase de “testes” na Secretaria Especial de Cultura, em Brasília. Mesmo sem ter confirmado a sua entrada no governo Jair Bolsonaro, a atriz escolheu na quinta, 23, como “número 2” da secretaria a reverenda Jane Silva, atual secretária de Diversidade Cultural da pasta. Em 2018, Regina fez uma viagem a Israel organizada por Jane. Foi quando a relação das duas se fortaleceu.

No governo, apesar de a nomeação de Regina ainda não ter sido confirmada, é dado como certo que ela assumirá a função. Bolsonaro afirmou ontem que deve formalizar o “casamento” com a atriz como chefe da secretaria no final da próxima semana. “Continuo namorando”, respondeu ele após questionamento dos repórteres. “Acredito que na quarta ou quinta a gente assina no cartório e faz o casamento.”