Em uma conferência realizada com políticos de ultradireita italiana, nesa segunda-feira (28), o tenor Andrea Bocelli criticou duramente a forma como o governo italiano lidou com a pandemia de coronavírus, dizendo que se sente humilhado por conta da quarentena recente no país. Ele foi além, e pediu que as pessoas desobedeçam as regras em vigência.

A conferência ocorreu no Senado italiano, e as palavras de Andrea surpreenderam fãs, uma vez que o astro da música clássica foi um símbolo de união nacional no ápice da quarentena, quando cantou na Catedral de Milão vazia no domingo de Páscoa, em uma performance solo transmitida ao vivo e chamada de “Music for Hope” (Música pela esperança, em português).

“Eu me senti humilhado e ofendido. Eu não podia deixar minha casa mesmo não cometendo nenhum crime — disse Bocelli, na presença de Matteo Salvini, líder do partido de extrema direita Liga, que tem atacado o governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte por sua condução da crise do coronavírus. O tenor ainda confessou que desobedeceu regras da quarentena, “pois não achava certo ou saudável permanecer em casa com a minha idade”.

Bocelli disse também que acredita que a situação não pode ser tão séria quanto as autoridades dizem, pois ele não conhece ninguém que tenha necessitado de tratamento intensivo. A Itália foi um dos países mais atingidos pelo coronavírus na Europa. Foram mais de 35 mil mortos e quase 350 mil infectados.