Bruno Fagundes, que pode ser visto na série “3%” (Netflix) e no canal de humor que lançou no YouTube, prepara uma peça para 2021 (sobre a qual ainda não revela detalhes) e nem esperou a pandemia passar para acrescentar um filme no currículo. Ele gravou recentemente o longa “Moscow”, no qual interpreta o assassino de aluguel Wally, que sofre de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).

As gravações tiveram de ser adaptadas para a ocasião, mas nem por isso foram menos intensas. “Já era um filme de baixo orçamento, mas a pandemia fez tudo diminuir, o elenco, as locações”, explicou. “O isolamento foi rigorosíssimo. Foi uma experiência nova, que adicionou mais um desafio ao filme.”

Na trama, Wally é parceiro de Val, personagem de Thaila Ayala. “Eu só vi a Thaila e todos os meus colegas de cena na hora que gritaram ‘ação’. Tivemos que criar uma intimidade imediata porque a gente não se encontrou durante a criação dos personagens”, contou.

“Nessa hora a gente tem que apostar na fé cênica e na criatividade, mas foi uma confirmação de como ser ator é um trabalho mágico e bem maluco”. Outra faceta de Bruno é a que pode ser vista na primeira temporada de “Amigo É Bom, Mas Dura Muito”, uma websérie de humor que ele criou ao lado do amigo e também ator Felipe Hintze.

Referência paterna

Filho de um dos maiores galãs da televisão brasileira, Antônio Fagundes, ele diz que espera trilhar o próprio caminho. “Nunca usei a carta Antônio Fagundes para nada”, afirmou. “Isso foi um pouco embutido através das pessoas, que olhavam para mim com olhos redutivos. Me machucava um pouco, mas não a ponto de me paralisar. Eu consegui ressignificar dentro de mim. Sempre usei como força motriz. “Ele agradece, no entanto, que as escolhas artísticas do pai tenham levado a uma imagem mais realista do galã de telenovelas.

“Ele corroborou com a figura do galã humanizado, graças a trabalhos como o dele e dessa geração anterior à minha é possível ver outros tipos nas telas”, avaliou. Mesmo em papéis que poderiam ter uma pegada mais bruta, como o próprio André ou o Zorro que ele interpretou nos palcos, Bruno diz tentar emprestar um pouco da própria doçura.

“Eu não tenho interesse em fazer uma representação tóxica da masculinidade”, explicou. “Como artista e como homem, faço questão de não reforçar a prisão desse estereótipo do macho alfa que coça o saco. Essa é a minha contribuição.”