O ginasta Diego Hypolito lançou nesta última semana a sua biografia “Não existe história sem sacrifício”. Uma parte do livro ele dedicou para falar dos momentos de tortura que afirma ter sofrido na , quando tinha 11 anos.

No capítulo “Caminhos interrompidos”, o Diego narra, com detalhes, os momentos de crueldade pelos quais foi obrigado a se submeter nas mãos de alguns atletas mais velhos, e define como “pesadelo” e “terror” os “abusos físicos e morais que aconteciam dentro dos ginásios de treinamento”, segundo ele, “com a conivência de treinadores e equipes técnicas”, que “viam tudo e não faziam nada”.

Um dos momentos de terror mais marcantes de sua passagem na ginástica foi um ritual de trote que os atletas mais velhos obrigavam os mais novos a se submeterem, pelados. “A prova em questão consistia em pegar com o ânus uma pilha besuntada de pasta de dente. O uso da pasta era um requinte de crueldade dessa história toda, porque ela provocava uma grande ardência quando entrava em contato com a área. Depois de pegá-la, deveríamos andar com ela e acertá-la dentro de um tênis que ficava em outro canto da sala”, conta Diego, afirmando não ter conseguindo cumprir o “desafio”. “Fiquei tão nervoso que tive uma convulsão e precisei ser levado para a enfermaria”.

Um outro momento de terror psicológico, e grande trauma, segundo o ginasta, foi o “caixão da morte”, como ele se refere à uma caixa de plinto onde alguns atletas eram obrigados a deitar, se submetendo a uma situação de humilhação.

Por fim, Diego encerra o capítulo afirmando que carrega até hoje muitos traumas por conta de toda a violência que sofreu na época.