Ele ganhou apelido de ‘labrador humano’
O ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga, chega ao Parque Olímpico, na Barra, e é logo recebido por centenas de fãs, afoitos por selfies. Tentando atender a todos, em uma caminhada paciente, o ídolo leva dez minutos para atravessar uma rampa de apenas 100 metros, que dá acesso ao estúdio da Globo. É assim todo dia.
A popularidade do esportista, que já era grande, aumentou desde que o ex-número um do mundo se tornou comentarista das competições da Rio-2016. E com seu já conhecido carisma, ele se tornou campeão de elogios nas redes sociais.
“É divertido, surgiram vários memes. Me chamaram de labrador humano, colocaram minha cabeça no lugar do mascote da Olimpíada”, lista Guga, de 39 anos: “É um privilégio vivenciar esse clima. Pensei que não ia ter essa oportunidade novamente, depois de jogar em Atenas-2004.
A positividade do agora comentarista chama a atenção até da imprensa estrangeira. Na quinta-feira, uma equipe de TV japonesa o esperava na porta do estúdio. Ele afirma que não há motivos para ser sempre negativo, mesmo com uma derrota”.
“Tem que encontrar um equilíbrio. Às vezes, avançamos em algumas críticas por falta de conhecimento do esporte. O atleta tem uma longa caminhada até chegar a uma Olimpíada e isso tem que ser entendido, mesmo se o resultado não for bom”, avalia o ex-tenista: “Eu fui o número 1 do mundo e não ganhei uma medalha olímpica. Isso acontece”.
Guga diz que consegue manter o otimismo até quando é instigado pelo narrador Galvão Bueno:
“Ele sempre pega no meu pé, tentando me colocar contra a parede. Eu me esquivo de todo os jeitos. Tenho que ficar ligado 24 horas para ele não me pegar desprevenido”.
Aposentado desde 2008, o ex-tenista diz que hoje tem mais tempo para dar atenção à família (a mulher Mariana e os filhos Luiz Felipe e Maria Augusta) e aos seus negócios. E atender aos fãs, é claro. “Hoje em dia tem selfie, snapchat… A cada seis meses uma invenção nova. Pode ser que a foto saia um pouco tremida, mas não vou negar. O Brasil passou por momentos delicados nos últimos anos e todos precisam voltar a sorrir. O esporte pode ajudar nisso. Vejo que esse é um dos papéis de um ídolo”, resume, com seu sorrisão.