Chocolate, morango ou flocos? Nada disso! É hora de conhecer sorvetes exóticos, feitos artesanalmente com frutos do cerrado e bioma pantaneiro. Só que não pode ter frescura, principalmente porque os sabores oscilam entre um mais doce, outro cítrico e o azedinho. Mas onde tem? O MidiaMAIS os provou na cidade turística de Bonito, onde a natureza pulsa e também é possível descobrir novos sabores.

Mas, quem acha que isso é o hype do momento na gastronomia, ledo engano. Tem muita gente que não tinha nem nascido quando seu João e dona Wilma Pavan, de 66 e 57 anos, respectivamente, chegaram na cidade turística e começaram a colher polpas, em fazendas vizinhas, para fabricar sorvete.

“Meus pais chegaram aqui em 1987 e começaram a fazer os sorvetes regionais. Isso na época da própria colheita. Eles então foram fazendo testes, batendo com leite e outros ingredientes do sorvete, até ficar saboroso”, contou o empresário Ilderson Pavan, de 36 anos.

Recentemente, com a realização da 21ª edição do Festival de Inverno na cidade, a sorveteria, localizada na principal avenida da cidade, recebeu inúmeros turistas. De decoração simples, muitos nem imaginavam que os freezers tinham opções tão diferentes: jamelão, umbu, jaca, jenipapo, tâmara, seriguela, araticum, butiá e jaracatiá são somente alguns.

‘Sincerona’ que sou, já tenho o meu eleito: jaracatiá. O sorvete lembra o sabor do coco, porém, com pedaços do fruto jaracatiá. A título de curiosidade, o nome vem do Tupi e significa “fruto da árvore do talo ou tronco mole”. A árvore jaracatiá pertence à família Caricaceae, que também faz parte do mamoeiro. No Brasil, possui outros nomes, como: mamãozinho, mamuí, mamoeiro-do-mato, mamoeiro-bravo e tâmara brasileira.

“Temos aqui as frutas regionais que sempre saem, como a guavira e a bocaiúva, por exemplo, principalmente porque é das mais antigas. Mas, o jaracatiá se tornou muito famoso. Ele é extraído dentro do tronco de uma árvore, onde os servos se alimentam desses frutinhos que dá na árvore e eles descobriram que o fruto é de dentro do tronco”, explicou Ilderson.

Sem renda no frio, estabelecimento também inovou e criou o sorvete assado

Além dos sorvetes com frutos regionais, a sorveteria também oferece o sorvete assado. “Minha mãe inventou lá na década de 90, porque aqui, quando é frio, é muito frio. Com isso, não gerava renda aqui e aí surgiu a necessidade de criar algo e ela criou esta receita. Está patenteado e fica ali no balcão para todo mundo ver. O sorvete vai em uma cumbuca de louça, com salada de frutas embaixo, sorvete e cobre com chantilly. Esse chantilly é assado e o sorvete não derrete, fica normal”, argumentou o empresário.

Desde o início, o empresário ressalta que os pais jamais usaram essências nos produtos e mantém o processo feito artesanalmente, tanto pelo seu João quanto o irmão dele. Ao longo do tempo, o negócio cresceu e atualmente possui cinco funcionários. “Vale a pena experimentar, é algo diferente e até os guias turísticos da cidade sempre recomendam a nossa sorveteria”, finalizou.

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