Confira resenha sobre o filme

Talvez seja porque o mundo parece estar muito ranzinza e a fantasia ajuda a fugir desse climão. Talvez seja porque é bem diferente do que temos visto nas produções cinematográficas. Pode ser, ainda, pelas atuações cativantes de Ryan Gosling e Emma Stone, ou pelas canções que, mesmo desconhecidas, ‘pegam’ a gente rapidão. Uma outra hipótese é de que seja pela estética, colorida, pela dança, pelo humor, pelas referências poéticas ao belo e ao feio de Los Angeles, a cidade-símbolo do cinema. E, por último, quem não gosta de uma história sobre amor e as escolhas impostas pela vida quando se tem sonhos, grandiosos ou pequeninos? 

O fato é que o MidiaMais viu o filme La La Land e recomenda demais a você, leitor. A produção, de 128 minutos, está em cartaz ainda em pré-estréia, desde o dia 12 de janeiro, em poucas salas e horários, mas entra nas grades dos cinemas a partir desta quinta-feira (19).  

Para ser bem sintética, o filme conta a história de Mia, aspirante a atriz, e Sebastian, pianista louco pelo jazz tradicional. Ela quer um papel na telona. Ele, fundar um clube dedicado à música preferida. Mas os dois parecem fadados ao que os estadunidenses chamam de “loser”, fracassados, e as coisas vão se transformando quando se encontram e, claro, é paixão imediata.

Paro por aqui, sobre a história em si, e faço um alerta. Tem de ir ver munido de capacidade de ‘viajar’, de abrir o ‘coração peludo’. E se preparar para cenas de música e dança ‘do nada’, tão incomuns no cinema atual, cheio de edições frenéticas, repleto de ‘fast food’ da imagem, do som e, principalmente, do roteiro. ‘La La Land’ não é assim. Na primeira cena – um plano-sequência em pleno trânsito, animado, em que pessoas, em vez de reclamar de um congestionamento, saem dos carros para dançar e cantar – o filme já seduz quem estiver disposto a ser seduzido. Depois, bem… você terá que descobrir pelos próprios olhos e ouvidos, para não estragar a magia.

 

 

No dia em que o MidiaMais viu a produção, a sala estava cheia de gente de toda a idade, e rolaram aplausos, bem isolados, é verdade, ao final do filme, tido como ‘queridinho’ de 2017. Isso ocorre não apenas pela história bem contada mas também pela homenagem a Hollywood e ao estilo quase esquecido dos musicais. 

Ganhador 7 Globos de Ouro e cotado para o Oscar, La La Land é mesmo reverência ao ‘cinemão’, com todos os recursos possíveis, usados impecavelmente pelo diretor Damien Chazelle, o mesmo de “Whiplash, Em Busca da Perfeição”, uma das surpresas do ano de 2015, vencedor de três Oscars (melhor ator coadjuvante, mixagem de som e edição). 

Chazelle é também roteirista de La La Land. Conseguiu fazer um filme para ver com meio sorriso, aquele de encantamento, e sair achando que a vida, mesmo quando tem lá sua melancolia, é muito, mas muito mais, que as manchetes tristes e as polêmicas vazias criadas pelo mundo virtual.