Ator faleceu nesta sexta-feira (27)

Conforme noticiado pelo Midiamax nesta sexta-feira (27), uma grande perda do cinema mundial aconteceu: a morte do ator John Hurt aos 77 anos de idade, anunciada primeiro pela revista The Hollywood Reporter, por um câncer no pâncreas contra o qual ele lutava desde 2015. 

O britânico foi indicado ao Oscar de melhor atuação em “O homem elefante” (1980) e ficou conhecido recentemente por abrilhantar a franquia “Harry Potter” em dois três filmes, interpretando o mestre das varinhas Olivaras. 

Hurt também recebeu outra indicação ao Oscar, como coadjuvante, por sua atuação em “O expresso da meia-noite” (1978). Ao longo de sua carreira de 60 anos, ele viveu papeis marcantes em grandes produções, como “Alien, o oitavo passageiro” (1979), “V de vingança” (2005) e “O espião que sabia demais” (2011). Um de seus trabalhos mais recentes foi em “Jackie” (2016), que conta a vida da ex-primeira dama americana, Jacqueline Kennedy.

Após ficar conhecido em “O homem que não vendeu sua alma” (1966), o britânico de Chesterfield recebeu sua primeira indicação ao prêmio da Academia ao viver Max, um prisioneiro inglês com vívio em heroína no filme “O expresso da meia-noite”, de Alan Parker. Apenas dois anos depois, ele foi lembrado novamente pela maior premiação do cinema. Dessa vez, no papel principal.

Em “O homem elefante”, de David Lynch, Hurt entregou o trabalho de sua carreira como John Merrick, um homem com diversas deformidades que é usado como atração de um show de horrores na Londres do século 19. Ele é resgatado pelo doutor Frederick Treves, interpretado por Anthony Hopkins, que descobre um homem inteligente e sensível por trás da estranheza do protagonista.

Carreira de clássicos

O ator também protagonizou uma das cenas mais marcantes do cinema de terror em “Alien, o oitavo passageiro”. O diretor Ridley Scott conta que preferiu não informar ao elenco o que aconteceria com o personagem de Hurt quando o pequeno monstro alienígena saísse de seu peito, e obteve uma reação de horror genuíno dos atores.

Outro clássico com futuro distópico protagonizado pelo inglês é “1984”, adaptação cinematográfica da obra de George Orwell. Nele, Hurt viveu Winston Smith, o protagonista que se rebela contra um regime autoritário após se apaixonar. Ironicamente, décadas depois ele assumiria o papel de um déspota fascista em uma nova adaptação. Em “V de vingança”, seu Alto Chanceler Adam Sutler é o antagonista do herói criado nos quadrinhos de Alan Moore.

Além das indicações ao Oscar, Hurt foi lembrado duas vezes pelo Globo de Ouro pelos mesmos papeis (ganhou como coadjuvante pelo filme de 1978), e ganhou quatro troféus Bafta, a maior premiação do cinema britânico (além de ser indicado outras quatro vezes).