Cordilheira de Amora II concorre com mais 6

Para quem acredita em destino, a história incrível da indiazinha Guarani-Kaiowa Cariane Martines, presente no curta-documentário ‘Cordilheira de Amora II’ é resultado de estar no lugar certo e na hora certa. Mas, para a cineasta baiana Jamile Fortunato, diretora do filme, captar a visão de mundo de Cariane foi uma grata surpresa possível graças a um trabalho consistente em um projeto que relacionava infância e audiovisual em Mato Grosso do Sul.

Porém, o fato que mais importa no momento é que a produção sul-mato-grossense é finalista do Grande Prêmio do , promovido pela Academia Brasileira de Cinema. O prêmio tem o status do ‘Oscar’ brasileiro, para fins didáticos. ‘Cordilheira’ concorre o prêmio com outras 6 produções nacionais na categoria curta-documentário.

Há pouco menos de um mês em Salvador, a diretora Jamille Fortunato, que filmou o curta enquanto ainda morava em Campo Grande, conversou por telefone com a reportagem e explicou como ‘Cordilheira de Amora II’ foi possível. “Quando morei aí, trabalhei num projeto de  infância e o audiovisual, facilitando oficinas etc. Participei do projeto Memórias do Futuro, idealizado por Lia Mattos e Alexandre Basso e também com produção executiva de Andreia Freire e do Pontão de Cultura Guaicuru. A gente estava viajando o Estado, as fronteiras, estimulando as brincadeiras, filmando e fazendo as crianças filmarem elas mesmas. E no final desse projeto a gente foi chamado por uma das meninas pra almoçar na casa delas. Depois do almoço, a gente deu uma volta pelo quintal. E foi quando eu avistei os tijolinhos”, descreve (confira o curta AQUI).

Os tijolinhos, no caso, são a forma como a pequena Cariane Martines construía e ressignificava o universo a seu redor. “É um documentário espontâneo, não foi nada planejado. E o que a gente tinha na mão a gente filmou, que era um celular e uma HandyCam. Tudo foi filmado em uns 30 ou 40 minutos, tentando pegar o máximo da espontaneidade dela, sem interferir nas falas, sem pedir pra ela repetir nada, tentando respeitar ao máximo o que estava acontecendo”, explica. O documentário também traz Clebisson Domingues.

 

 

Na ocasião, Jamille dividia as filmagens com o colega Alexandre Basso, que também integrava o projeto. E a partir daí, ‘Cordilheira de Amora II’ foi ganhando corpo. Lia Mattos assina a direção de produção. Ismael Kaiowá e Francieli Martines estão como assistentes de produção. Como produtoras estão as empresas Tenda dos Milagres e Espaço Imaginário.

Desde 2015, quando estreou no circuito dos festivais, ‘Cordilheira de Amora II’ conquista prêmios, dentre eles o festival ‘É tudo verdade’, um dos mais importantes do país. Ao todo foram mais de 10 títulos conquistados, inclusive a qualificação para concorrer ao Oscar – sim, o de verdade. “A gente não foi selecionado pra concorrer o Oscar, mas fomos qualificados. Isso foi demais”, relata a cineasta. “Mas o valor de estar no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro também é indescritível”, conclui.

Confira o trailer de Cordilheira de Amora II