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Vídeo resgata passado de Campo Grande na época em que ‘o pau torava’

Você lembra? Gerações mais novas não fazem nem ideia de que um dia isso aconteceu em Campo Grande
João Ramos -
video passado de campo grande época em que o pau torava
Moradores na Avenida Afonso Pena em uma tarde de domingo em 1996 - (Foto: Rezende Jr, @campograndemilgrau, Arquivo TV Guanandi)

A nostalgia é sempre um ponto fraco para os campo-grandenses. Quando uma memória do passado é resgatada, o saudosismo é automaticamente ativado e abre de vez o baú das lembranças. Partindo desse ponto, um vídeo publicado pela página @campograndemilgrau, no último fim de semana, despertou gatilhos de um passado nem tão remoto assim, mas que muita gente não faz nem ideia de que existiu. Conforme quem viveu o período destacado, a gravação representa a capital morena “na época em que o pau torava”.

Estamos falando do registro de um evento bem peculiar realizado nos Altos da Avenida Afonso Pena, em 1996. Há quase 30 anos, direto do túnel do tempo, a população se reunia no local para acompanhar um feito: o desafio pessoal do patinador profissional Willian Vagner de Souza, também conhecido pelos moradores da época como “maluco do patins”.

O vídeo se trata do trecho de uma reportagem do programa Canal do Esporte, da TV Guanandi, sobre aquele dia especial. Conforme a jornalista Flávia Glub, na ocasião, o “maluco dos patins” conseguiu autorização da Prefeitura e a supervisão do e da Polícia Rodoviária Federal para tentar quebrar o recorde mundial de velocidade usando o sapato sobre rodas.

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Patinador se desafiou a quebrar recorde em – (Foto: Rezende Jr., @campograndemilgrau, Arquivo TV Guanandi)

Willian dos Patins foi puxado por Opala a mais de 180 km/h

A pista escolhida para a “prova” foi a Avenida Afonso Pena, em uma atividade que hoje seria impraticável. Na tarde daquele domingo, os campo-grandenses foram de perto conferir o patinador sair em disparada — puxado por um Opala modificado em altíssima velocidade — após mais de um mês da divulgação do evento em rádios da Capital, que promoveram um “esquenta” devidamente caloroso e despertaram o interesse da galera para aquele “rolê diferenciado”.

Até então, o título de recordista pertencia a um italiano que, conforme a reportagem de Flávia Glub, estabeleceu a velocidade de 177 km por hora em 1981, no Autódromo de Monza. Mas, naquele dia, tudo mudaria.

Na primeira tentativa, apenas para aquecimento, o Opala arrancou com Willian segurando a traseira do carro e o equipamento medidor da PRF marcou 163 quilômetros por hora. Depois, na segunda e última largada, o carro praticamente voou com o patinador. Desta vez, o medidor de velocidade marcou 182 quilômetros por hora, garantindo ao “maluco dos patins” a possibilidade de entrada para o Guinness Book.

Apesar do feito, muito celebrado, a marca nunca chegou a entrar para o livro dos recordes. Atualmente, quem detém o título de recordista da modalidade é o campeão olímpico de patinação de velocidade, Kjeld Nuis. Ele bateu um recorde mundial ao patinar a 103 km/h em um lago da Noruega, auxiliado por um para-brisa gigante, no ano de 2022.

Veja o desafio na Afonso Pena:

(Imagens: Rezende Jr., @campograndemilgrau, Arquivo TV Guanandi)

Quem era o Willian dos Patins, que quebrou recorde em Campo Grande?

Quando quebrou o recorde, Willian tinha 30 anos de idade. Nascido no e criado na capital de , ele era uma das figuras mais famosas da cidade na década de 1990. Conforme relatos, o morador do bairro Coophasul era gente boníssima e fazia questão de ser simpático com todos enquanto atravessava Campo Grande sobre as rodas de seu patins.

Com o resgate do vídeo, disponibilizado pelo seguidor Rezende Jr., muitas memórias afetivas vieram à tona. “Eu me lembro dele na Coophasul, meu irmão patinava com ele. Willian era fantástico, muito querido, as crianças e os adultos paravam para vê-lo. Teve um vídeo dele na TV descendo a finada escadaria na Barão, onde foram retirados os trilhos, incrível. Puxa, que saudades!”, comentou um internauta.

“Wow! Lembro que, uns 10 anos antes desse dia, ele sempre estava no final da Afonso Pena, onde fazíamos concentração para rachas, e fiz muitos cavalos de pau com ele agarrado na porta. Tanto do lado direito como do meu lado. Tempo bom! Nós éramos moleques ainda, tipo 19/20 anos! Um verdadeiro filme passando na memória”, recordou outro.

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O famoso Willian dos Patins – (Foto: Rezende Jr., @campograndemilgrau, Arquivo TV Guanandi)

“Lembro do Willian sempre patinando nas ruas da Coophasul e na Escola Licurgo. Ele ia patinando da Coophasul pela Euler de Azevedo até o Centro, uma das grandes celebridades da cidade”; “Ele também foi de Campo Grande até o Rio de Janeiro de patins, na tentativa de bater o recorde de permanência sobre as rodinhas… teve matéria no Globo Esporte”, comentaram, em mais lembranças compartilhadas.

Diante de tantos relatos, muitos moradores ficaram curiosos para saber do paradeiro da figura ilustre. Mas, de acordo com a família, Willian morreu apenas dois anos depois da gravação na Avenida Afonso Pena. Conforme uma irmã do patinador, ele faleceu em 21 de junho de 1998, em um acidente de moto, na cidade de Imperatriz, Estado do Maranhão.

Apesar de ter deixado este mundo há quase 30 anos, o rapaz é lembrado até hoje com carinho e continua sendo um marco para a capital sul-mato-grossense entre os anos 1980 e 1990, com lugar especial no coração de quem viveu esse período inesquecível.

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Galera reunida para ver Willian na Afonso Pena – (Foto: Rezende Jr., @campograndemilgrau, Arquivo TV Guanandi)

Época em que “o pau torava”

Os gatilhos ativados levaram internautas a refletirem sobre o passado. Segundo alguns, a aventura de Willian “foi só uma descontração” perante o que realmente rolava nos Altos da Avenida Afonso Pena. “Nessa época, o pau torava, isso aí não era nada perto do que acontecia lá”, disse um.

Na mesma onda, outros internautas comentaram: “Anos 90, só os fortes sobreviveram”; e “A inconsequência dos anos 80/90 era fantástica”.

Por fim, um comparativo com os dias de hoje chamou atenção. “Conclusão: 1) O Willian era um patinador excepcional; 2) O asfalto em Campo Grande era bom naquele tempo”.

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