Urgência em abordar tema incentivou Marina Duarte a escrever ‘Vozes invisíveis’

HQ-reportagem discute vivências e desafios de mulheres LBT em Campo Grande

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Marina Duarte lança 'Vozes Invisíveis', em Campo Grande. (Divulgação)

Após identificar carência de discussões acerca das vivências de mulheres LBT, a escritora Marina Duarte, em parceria com a editora Voar, decidiu dar vida à HQ-reportagem ‘Vozes Invisíveis’. A obra foi lançada na última quinta-feira (16), na Casa de Cultura, em Campo Grande.

A HQ foca, principalmente, em relatos de mulheres que se destacam no movimento LGBTQIA+. Contudo, o seu conteúdo aborda também dados estatísticos sobre o assunto. Assim, a obra retrata suas experiências de luta e resistência em um dos estados brasileiros que mais registrou assassinatos de pessoas LGBTQIA+.

“A gente pensou muito em qual tema que a gente queria fazer e chegou a conclusão de que era um tema carente. E acabou dando tudo certo. Esse e-book passou pela Lei Paulo Gustavo, então, foi um tema interessante, contemplado por conta disso, contou a autora.

O e-book está disponibilizado gratuitamente para leitura no site marinaduarte.com.br/hq-vozes-invisiveis/. Além disso, conta com uma versão em audiodescrição, garantindo a acessibilidade. Também é possível acessar conteúdos complementares e informações sobre o projeto e a equipe.

“É importante a comunidade LGBT ocupar todos os espaços possíveis para a gente ter uma visibilidade maior da comunidade cis e heteronormativa também. A gente vem ocupando desses anos para cá muito a cena musical, a cena também de cinema e afins e ocupar também essa área que não é tão ocupada pela gente é muito importante, é mais um espaço que a gente conquista”, afirma uma das participantes do evento, Yasmin Rosa.

Lançamento de ‘Vozes Invisíveis’, na Casa de Cultura, em Campo Grande. (Taís Wölfert, Midiamax)

Projeto foi uma ideia coletiva

O projeto da HQ contou com o olhar, vivências e trabalho de diversas pessoas. Uma delas foi a pesquisadora Gabrielle Magalhães, que fez o levantamento inicial. Ainda na parte de levantamentos, a própria Marina fez as pesquisas juntos às secretarias e colhendo relatos das fontes.

Logo após, veio o processo de escrever, dar vida aos quadrinhos. O formato escolhido utiliza uma linguagem acessível, aliada a elementos visuais que tornam os dados e histórias mais didáticos. 

“É muito especial para mim esse momento, principalmente porque é o primeiro quadrinho solo, longo mesmo, que eu estou lançando. Eu trabalho já com jornalismo em quadrinhos, tem pelo menos cinco anos, e sempre publiquei em outros lugares, fiz matérias curtas, reportagens curtas. Dessa vez eu tive a oportunidade de aprofundar um pouco mais no tema”, explicou Marina.

O projeto levou cerca de um ano para ficar pronto. Nesse processo, o intuito sempre foi o mesmo: dar voz, visibilizar e, principalmente, entender a dinâmica da cidade em torno da população de mulheres que fazem parte da sigla LGBTQIAPN+.

“Na Parada LGBT eu conversei com a Marina e eu achei muito interessante a proposta dela. Eu tinha acabado de me mudar para cá, aí eu vi o projeto e achei muito bacana. De mulheres LBT e eu não tinha visto nada nesse sentido ainda. Então, aí eu estava esperando, ansiosa para ver o projeto”, comentou outra participante do evento, Inah Maria.

Conteúdos relacionados

fusca exotico avenida 4
dia do fusca