“Um amor de pessoa”, assim Jorge Ávalo, 60 anos, foi descrito pelo cunhado, Valmir Marques de Araújo, ao Jornal Midiamax. O caseiro foi atacado por uma onça em Aquidauana, na última segunda-feira (21). O próprio cunhado, com ajuda de uma equipe, localizou o corpo de Jorge nas proximidades do Pesqueiro Touro Morto, zona rural do município.
Nascido em Anastácio, Jorge era conhecido na região como uma pessoa amigável e prestativa. Segundo Valmir, o cunhado estava sempre alegre e disposto a ajudar quem precisasse, caso fosse possível.
“Um amor de pessoa, todo mundo gostava dele, por isso também toda essa repercussão. Ele dava um apoio para a gente aqui no local. A gente chegava e estava o Jorginho aqui. Estava sempre com muita alegria. O que você precisasse, se ele pudesse, te ajudava”, conta.
Assim, o caseiro mantinha uma boa relação com a família, principalmente com sua irmã, esposa de Valmir. Ele conta que os irmãos eram muito próximos e, sempre que podia, Jorge fazia ligações para conversar com ela. “Às vezes ele tinha um atrito com a família, mas a minha esposa era, especialmente, o xodó dele. Quase todo dia ele ligava para ela”, relata.
Valmir chegou a lembrar de uma última demonstração de afeto de Jorge para com a irmã. O caseiro chegou a colher limões e encher uma caixa de isopor para entregá-la, já que tem o costume de tomar água com limão diariamente.
“Semana passada, ele catou uns limões porque minha esposa gosta de tomar água com limão, então ele encheu uma caixa de isopor, lacrou e me entregou: ‘meu cunhado, isso aqui é para minha irmã, não deixa ninguém mexer’”, lembra.
Morar sozinho era uma opção do caseiro
Segundo Valmir, o cunhado morava sozinho na propriedade por opção. Ele costumava gerenciar tudo com muita excelência e dispensava ajuda de terceiros, pois gostava que tudo fosse do seu jeito.
“Ele morava sozinho, os patrões estavam de vez em quando aqui, mas ele morava sozinho por opção. Ele também era um pouco complicado para morar com alguém, era bem sistemático. As coisas dele eram tudo limpinhas, tudo certinhas, então se colocasse um ajudante não ia dar certo. Ele comandava tudo sozinho”, explica Valmir.
Jorge tinha uma companheira de vida, mas não morava com ele por problemas de saúde, sendo perigoso morar no local isolado. “Ela teve um AVC e não podia morar com ele no Pantanal porque era perigoso. Por isso também que ele morava sozinho aqui”, diz.
Mesmo ficando sozinho a maior parte dos dias, Valmir gostava muito de seu trabalho. Antes de trabalhar como caseiro, já trabalhou como desossador em um frigorífico conhecido na região. Ele também chegou a trabalhar de cozinheiro com Valmir na chalana. Mas, depois que virou caseiro, nunca mais largou o posto.
“Aqui era a paixão dele, gostava muito do que fazia porque era muito querido. Ele vinha aqui na chalana tomar uma cervejinha comigo e brincava, eu falava para os clientes que ele era meu cunhado”, conta.
Valmir ressalta que Jorge nunca demonstrou ter medo das onças, que já era de costume rondar a região. “Ele não tinha medo nenhum, as onças viviam aqui rondando a casa. Nem eu tinha, agora que fiquei com mais receio de onça”, afirma.
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