Um telefonema mudou tudo. Cadastrado no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), o bombeiro Wellington Lima, de Campo Grande (MS), foi informado por ligação telefônica no final do ano passado sobre a possibilidade de haver uma pessoa compatível com sua medula. Ele então fez a coleta do tecido no Hemosul da Capital e a amostra foi para a sede do Redome, no Rio de Janeiro. Um mês depois, no dia 7 de fevereiro, a confirmação responsável por transformar sua vida e a do receptor desconhecido veio.
“Recebi outra ligação. Dessa vez, me avisaram que a compatibilidade deu positivo e eu deveria me deslocar para cidade de Juiz de Fora (MG) para realizar os procedimentos e saber como seria o tipo de coleta nos dias 23, 24 e 25 de fevereiro. Realizei os exames de sangue, raio-x do tórax, eletrocardiograma e entrevista com a médica sobre qual seria o procedimento adotado. No dia 07 de março, recebi a confirmação da autorização da doação da minha medula, que foi feita no 24 de março de 2025, em Juiz de Fora”, conta o militar.
Feliz por ter contribuído, ele se lembra das datas de cada passo, cada procedimento e cada telefonema. Para o bombeiro, tudo está registrado na memória e no coração – até porque, a probabilidade de alguém encontrar um doador de medula óssea sem ser da mesma família é uma em 100 mil, enquanto no banco mundial, uma em 1 milhão.
“Até hoje não acredito que isso ocorreu, pois existe 25% de chance a mais de se encontrar um doador compatível na família (pais, irmãos e irmãs), percentual que diminui ao longo dos demais elos. E, nesse caso, a pessoa para quem eu doei não é da minha família”, explica, orgulhoso.

Cena em hospital mudou a mente do doador
Para o doador, a compatibilidade de medula óssea com alguém completamente desconhecido transformou não apenas a vida do receptor, mas também a sua. “Não consigo me expressar sobre a emoção em poder salvar uma vida através da doação de medula óssea. Me coloco no lugar do receptor, a emoção, a alegria em ter achado uma pessoa compatível, poder ter a vida retomada e sua família e amigos sabendo dessa notícia é muito bom”, comenta.
O militar ainda relata que a ficha caiu e tudo mudou quando ele visitou o setor de oncologia no hospital onde realizou os exames, em Juiz de Fora.
“Me deparei com crianças carequinhas que estavam fazendo quimioterapia e a médica me disse – quem sabe pode ser uma criança dessas que irá receber. A partir desse momento, a minha concepção sobre doação mudou, me emocionei muito vendo aquela cena e pensei que a partir daquela imagem eu iria divulgar e conscientizar familiares e amigos a fazerem o cadastro para doação de medula óssea”, revela.
Segundo o bombeiro, sua esperança é que as doações aumentem e assim a probabilidade de compatibilidade entre estranhos (de 1 para 100 mil) aumente – fazendo com que mais vidas possam ser salvas. “Doar medula óssea não tem preço”, finaliza.

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