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Quem é dona Edith, que aos 91 anos realizou sonho de se tornar diretora de empresa de cosméticos famosa?

Idosa já tinha surpreendido a todos, ao se formar em direito aos 80 anos. Agora, trabalha para se tornar diretora nacional da empresa
Graziela Rezende -
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(Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

A vendedora é tão boa que, mais uns minutos, tinha não só feito a entrevista, mas, comprado um monte de produtos. Aliás, foi necessário foco, tanto pela vontade de uma “comprinha básica” – que toda mulher tem – bem como para entender quem é dona Edith Ishiyama. Aos 91 anos, realizou o sonho de se tornar diretora de uma empresa de cosméticos, famosa pela cor rosa, inclusive nos carros.

Sua história de superação, no entanto, começou bem antes. Mãe de cinco filhos – entre eles médico, advogada, bioquímica, veterinário e professora, viúva há 22 anos e formada em Direito, sonho que concretizou aos 80 anos, é uma mulher que sempre trabalhou e correu atrás dos seus objetivos, realizando agora, mais uma de suas vontades, ao ser nomeada diretora de vendas, há uma semana.

E enquanto fazia faculdade, algo novo surgiu em sua vida. Segundo dona Edith, uma moça a convidou para conhecer os cosméticos e ela se apaixonou.

“No meu primeiro dia de vendas, vendi 12 batons e 20 lápis [de olhos]. Eu andei em um supermercado, na rua, no terminal e lá vendi também um hidratante, um conjunto de limpeza de rosto completo e de corpo também. Eu digo que, se todas as pessoas pensassem um pouquinho, usariam estes produtos”, argumentou.

‘Estou sempre maquiada e arrumada’, conta Edith

(Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Vendedora nata, conta que sai de casa logo cedo e anda de ônibus ou a pé. “Estou sempre com duas ou três pastas no corpo. Os motoristas já estão acostumados comigo. Ele falam: ‘Voçê vai em tal lugar né?’ E me levam. E admiram também, porque estou sempre maquiada, arrumada. Acho que não se deve andar de sapatilha ou chinelo, fica feio. Eu, só quando estou muito cansada, tiro o meu saltinho”, contou Ishiyama.

Aliás, há pouco tempo, dona Edith também acumulava outra função, já que constantemente visitava o Fórum de Campo Grande, onde protocolava e retirava documentos, enquanto atuava como auxiliar da filha, que possui um escritório de advocacia.

“Eu fiz a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], só que troquei umas coisas na hora e não passei. Mas, segui adiante e aí o meu foco foi na Marykay, então, oferecia para todo mundo. Eu tenho facilidade para vender e agora estou com a minha bolsa rosa, de diretora. Só que estou aguardando o ano que vem. Se Deus quiser, quero ser diretora nacional, aos 92 anos, daí, com 93 anos, vou descansar um pouco”, comentou Edith.

(Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Conforme a consultora, todos os clientes pagam em dinheiro. “Eu não tenho pix. Quando a pessoa gosta e não tem dinheiro, falo qual é o dia que ela quer que eu entregue o produto. Daí eu sempre falo: ‘Eu moro longe hein, vou vir de longe para trazer o seu produto, então, me entregue o dinheiro certinho’. E sempre deu certo”, finalizou.

Albi empreendeu no ramo assim que conheceu Edith

A corretora de imóveis Albi de Urrutia conheceu dona Edith por acaso e logo foi inspirada por ela. “Eu estava em uma lanchonete, com a minha família e, quando eu olho em uma direção, lá estava ela, uma senhorinha vindo, bem bem devagarzinho, e começou a oferecer produtos para as pessoas que estavam ali e nisso eu chamei ela na minha mesa”, argumentou.

Na ocasião, Albi disse que a vendedora falou toda orgulhosa sobre os produtos. “Eu comprei dela um batom, outras coisas, e foi algo bem pontual. Nós trocamos telefones e, a partir daí, o tempo passou. E no ano passado, mais ou menos em outubro, nós voltamos a nos encontrar. E foi quando ela me disse deste sonho, de se tornar diretora da Marykay antes de morrer”, relembrou.

Edith em convenção nacional; próximo sonho é ser diretora nacional (Albi Urrutia/Arquivo Pessoal)

De acordo com Albi, para isto, seria necessário que novas consultoras entrassem em sua rede, momento em que ela decidiu ajudá-la neste propósito. “Aí, na segunda-feira passada, ela conseguiu. É uma inspiração para mim. Ela se formou em direito com 80 anos, trabalha sem veículo, a pé, se especializou nos produtos, sabe o que vende. Não tem barreiras e, onde tem dificuldades ela transforma em oportunidades”, argumentou.

No evento em que ela foi nomeada diretora, Albi disse que todas as mulheres presentes se emocionaram. “Ela chegou aos 91 anos com muita garra e uma capacidade incrível. E quando colocou os pés no tapete, subiu ao palco muito feliz e foi unânime. Todos levantaram, aplaudiram e foi muito emocionante”, finalizou.

Confira a entrevista exclusiva com a dona Edith e uma de suas consultoras:

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