Visando exaltar corpos transexuais no cenário da moda, o stylist campo-grandense Baiflu idealizou o Projeto Blossom, uma série de editoriais de moda voltada ao protagonismo trans. A iniciativa evidencia a produção audiovisual e criativa de artistas locais no setor de moda.
O projeto é formado inteiramente por profissionais LGBTQIAPN+, tendo como prioridade modelos transexuais e travestis. O nome escolhido foi inspirado na música “Blossom”, da cantora Urias, que transmite uma mensagem de sobrevivência, mesmo em ambientes inóspitos — sentimento compartilhado pelos integrantes do projeto.
De acordo com Baiflu, a ideia de criar o projeto de cunho colaborativo surgiu após a perda de sua mãe. Lidando com a notícia repentina, decidiu usar seus aprendizados no curso de produção de moda para se reerguer do baque.
“Sou apaixonado por editoriais de moda, é uma área que todo o processo, que não é fácil, me encanta! Durante meu curso de produção de moda no Senac, aliado ao grande baque que foi perder minha mãe, decidi que a volta por cima seria criar um projeto que alinhasse esse amor pela moda, junto da minha comunidade”, conta.
O editorial também ganha um caráter político, uma vez que traz à cena pessoas que costumam ser ignoradas na sociedade.
“Tudo pode se tornar político, e tudo que é político também é uma arma para conquistarmos direitos e expressar o que é primordial para uma sociedade, seja a valorização econômica de mercado profissional da moda, seja a inclusão de corpos antes ignorados”, explica.
Editoriais são produzidos a cada mês
A produção dos editoriais iniciou-se em 2024, sendo realizado um por mês. A equipe incluiu diversos profissionais do ramo da moda e do audiovisual. Entre eles, fotógrafo, stylist, diretor criativo, make-up artist, hairstylist, editor/retoucher e videomaker.
Assim, a cada mês, um modelo foi convidado para participar do ensaio. Esses buscaram uma estética diferenciada do que costuma ser produzido na moda visual local. Após a publicação do material, os modelos receberam arquivos das fotos profissionais finalizadas, além de duas fotos de sua escolha impressas em A4.
“A cada editorial, a nossa meta é sempre nos superarmos em capacidade de produção, seja por impacto visual e de alcance, ou metas pessoais. Todos os profissionais presentes atualmente no projeto estão ali, pois também acreditam nesse viés político que a moda pode proporcionar”, conta Baiflu.
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