‘Patrimônio da Ary Coelho’, Barbosa vende pipoca na praça há 28 anos e inova com porção de queijo frito
Pipoqueiro passou por muita luta ao longo de quase três décadas, mas, resistiu na praça e inovou criando porção com o tão desejado queijinho
Graziela Rezende –
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Aponte o primeiro dedo quem nunca comprou uma pipoca e ficou ali “só catando o queijinho”. E foi pensando nisso que Izac Barbosa de Souza, de 58 anos, criou uma porção só com o produto. Assim, o cliente tem mais esta opção, sem falar nas pipocas doces e coloridas que tanto encantam quem passa e compra para desgustar, na Praça Ary Coelho, região central de Campo Grande.
“Patrimônio histórico”, o empreendedor começou sua história de sucesso há 28 anos, resistindo a tudo o que ocorreu no local, incluindo o fechamento, período de covid e a reabertura da praça. “Estou há quase três décadas aqui e vi passar gerações. Tem muitos que trazem os filhos, netos. São muitas histórias. Antes eu atuava na construção civil, trabalhava muito, viajava, e sempre estava na mesma situação. Foi até que decidi vender pipoca de noite, só que com o tempo passei a fazer só isso, escolhi ficar só na pipoca”, comentou.
Antiga patroa disse que Izac ia passar fome ao vender pipoca
Na época, como trabalhava em uma casa de família, Izac foi dar satisfação para patroa, dizendo: “Eu não vou trabalhar mais na construção civil. Só vou terminar a reforma na casa da senhora e vou parar. E ela falou: ‘Você e sua família vão passar fome’. E eu só queria terminar o serviço que assumi com ela e iniciar outro rumo. Passado um tempo, ela foi nos visitar e viu um carro estacionado no portão, então disse: ‘De quem é este carro?’. E minha irmã disse que era meu. Para ela foi um susto, mas, até hoje, todos os dias tiro um pouquinho das vendas e já deixo separado. E tudo o que posso comprar à vista eu compro”, relembrou, emocionado.
Desde então, ao lado da esposa, Barbosa, como é conhecido, foi construindo o seu patrimônio. “Tudo o que tenho é adquirido com a venda da pipoca. É muito raro tirar férias, estou sempre trabalhando. Eu descanso quando é feriado e fim de semana. No mais, estou por aqui. E quando é fim de ano geralmente a gente emenda, vai de segunda a segunda. E assim a gente foi nos sustentando e sustentando os filhos também”, comentou.
A esposa do pipoqueiro, Rosângela da Silva Leão, de 53 anos, passou a se fazer mais presente após o falecimento da mãe. Desta forma, fez um curso de pipocas coloridas e agora “dá o seu toque”.
“Ele trabalhava com o carrinho de um jeito e depois me deixou modificar um pouco. Tudo com jeitinho a gente consegue. As pessoas antes ficavam perguntando de tamanho, preço, é o costume. E tinha quem pedia para colocar mais queijo, então, a gente decidiu fazer a porção só com ele. E agora é tudo organizadinho: tamanhos, porções, bebidas, valores e horário de funcionamento”, explicou.
Assim, durante as manhãs, o casal prepara o queijo e depois vai ao mercado comprar ingredientes que faltam, como óleo e o milho, por exemplo. Depois, das 14h às 19h, já estão na praça aguardando a clientela fixa.
“A gente brinca que trabalha junto com o comércio. E muitos funcionários comprar aqui diaramente. Nossa clientela é bem variada: estudante, médico, político, empresário, tem de tudo. E tem gente que é todo dia. Pipoca é um alimento bom demais. Eu mesmo como todo dia”, comentou Barbosa.
Venda caiu drasticamente com o fechamento da praça
Ao relembrar a trajetória, no entanto, Barbosa fala de momentos difíceis. “Teve um período que fechou a praça. Houve uma época que falaram que a gente tinha invadido o local e eu fui até personagem de um livro sobre a praça. Eu sempre lutei por melhorias aqui, desde o início. Fecharam a praça para reforma, depois reinauguraram e chegaram a falar que os vendedores não iriam ficar aqui mais. A venda caiu de R$ 300, R$ 400 ao dia para R$ 20 a R$ 30. Teve a pandemia, então, foram anos bem complicados, mas, eu não desisti daqui. Cheguei a pensar, mas, não desisti”, contou.
No decorrer do tempo, vários vendedores foram desistindo, outros faleceram, como os que faziam fotos na praça e também os que vendia sorvetes. “Sou um sobrevivente aqui, sempre cuidando do meu negócio. Cuido das minhas panelas, quando estão ficando velhas eu já troco, daí vou doando as antigas e compro uma nova. Fui aprendendo a fazer de forma autodidata, depois fui fazendo umas adequações, porque não é só jogar o milho na panela e esperar estourar. Tem todo um preparo do fogo, para fritar mais rápido, sem falar nos segredinho, só que a gente ensina para quem pergunta. Não temos problema com isso não”, ressaltou.
Diante ao profissionalismo, Barbosa conquistou clientes de Campo Grande e todo o Estado. “Tem pai que chega com cinco, seis crianças, manda mensagem pelo WhatsApp e vem buscar. Temos clientes de Bonito, gente que manda buscar a pipoca do Barbosa e tudo isso nos deixa muito feliz, o público é bem variado e todos são atendidos da mesma forma. Recentemente, até pessoas que moram no exterior, quando vem visitar a cidade, voltam para comer a nossa pipoca, falando que não esquecem do gostinho. Isto é muito gratificante”, finalizou.
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