O caso da onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, ultrapassou as fronteiras de Mato Grosso do Sul. Com a repercussão nacional, internautas não param de se expressar sobre o assunto e os comentários viralizados expõem opiniões diversas.
Nas redes sociais, as publicações envolvendo a história têm ganhado destaque e atingido com facilidade o número de 1 milhão de visualizações. Na maioria das vezes, usuários lamentam pela morte do caseiro, mas entendem que o animal não tem culpa e nem cometeu um “crime”.
Equivocadamente associada ao ataque, a palavra “crime”, inclusive, tem sido veementemente refutada. “Como assim ‘onça volta ao local do crime?’ Onça comete crime agora?” e “Meu Deus, que CRIME? É uma onça, ela estava provavelmente defendendo o território […] vocês estão tratando a onça como se ela fosse um animal racional que foi lá assassinar uma pessoa”, são algumas manifestações a respeito.
Outra preocupação exposta na web envolve o futuro do felino. “Se eu for atacado por uma onça e já tiver morrido, não tentem me vingar. Não foi nada pessoal. Eu tava lá e a onça tava lá tbm, e tava com fome. Juro, se matarem a onça que me matou, eu vou assombrar. Falando sério. Deixo aqui o meu testamento”, declarou usuário do Twitter, em publicação com 1 milhão de visualizações.
Com alcance de mais de 2 milhões de usuários, outra internauta lastima a morte do caseiro. “Sinto muito pelo que aconteceu com o senhor que foi atacado por uma onça, mas é sem fundamento alguns comentários de pessoas querendo matar esses animais”, disparou a dona do perfil.
Em comentário que já ultrapassa a marca de 3 milhões de visualizações, usuária especula sobre o que poderia ter levado o felino a partir para cima do homem. “Gente, pra uma onça COMER uma pessoa, não só atacar, mas COMER, tá muito errado. Tá rolando um desequilíbrio pesado. Onça gosta de comer capivara. Um caseiro idoso e magro é muito diferente do que uma capivara. Ela devia estar com muita fome”, escreveu.
“Odeio gente ignorante! A morte do caseiro no Pantanal por ataque de onça não é ‘acidente da natureza’. É reflexo do desequilíbrio causado pelo homem: desmatamento, queimadas, perda de habitat. Quando o bicho perde espaço, o conflito aumenta. Preservar é proteger todos nós”, opinou outra usuária em publicação viral.
Os comentários em evidência não são muito diferentes da linha de investigação da polícia. Diversas hipóteses são consideradas para avaliar o motivo do ataque do animal como, por exemplo, a escassez de alimento, comportamento defensivo do felino, período reprodutivo (em que o macho se torna mais agressivo), ou mesmo alguma atitude involuntária da vítima que possa ter motivado o ataque.

O caso
A suspeita é de que a onça tenha aparecido nos arredores da casa em que Jorge morava por volta das 5h30 de segunda-feira (21). Amigos e parentes acreditam que ele se apavorou e tentou correr, mas foi cercado pelo animal no meio da passarela que leva até as águas.
Ali mesmo, a onça teria partido para cima do caseiro, o atacado e arrastado seu corpo mata adentro, passando pelo rio.
Logo cedo, turistas foram até o local para comprar mel e se depararam com os vestígios no caminho. Muito sangue, vísceras e pegadas foram encontradas na área do ataque. “A onça comeu o caseiro”, comentou um dos populares em vídeo registrado naquela manhã.
Após receber a denúncia, a Polícia Militar Ambiental deslocou um helicóptero até a área para tentar localizar o corpo. As buscas foram encerradas após os restos mortais serem encontrados na manhã de terça (22), um dia depois do desaparecimento do caseiro.
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