“Tenho 20 anos, nasci aqui e moro aqui. É uma coisa que a galera também não acredita, falam ‘meu Deus, você é de Campo Grande‘, acham que eu sou de São Paulo, mas vivi a minha vida toda aqui”. Fenômeno nas redes sociais há quase 5 anos, Maria Terêncio, a Ma Terêncio, é “cria” da cidade morena, mas a maior parte de seu público é de fora de Mato Grosso do Sul. Quando sul-mato-grossenses descobrem que a jovem é conterrânea, as reações são sempre de espanto: “como assim ela é daqui?”.
Criadora de conteúdo desde o início da pandemia do coronavírus, Ma segue colhendo frutos do trabalho iniciado como diversão para se distrair durante o isolamento. E, mesmo após tanto tempo alcançando números explosivos nas plataformas digitais, a estudante de engenharia de software ainda não figura na lista de influenciadores locais conhecidos entre os moradores.
Novela “Maria Batata” mudou a vida da campo-grandense
Tudo começou como uma grande brincadeira. Ma ainda estava no ensino médio quando o mundo parou em 2020 e, de quarentena, entrou na onda de criar vídeos para o TikTok, como muita gente fazia na época.
“Sempre gostei de me apresentar, falar em público, então desde criança eu já gravava vídeos, tive inúmeros canais no YouTube, mas o negócio bombou mesmo em 2020, na pandemia. A aula era online, não tinha muito o que fazer, ficava em casa. Então usei tudo isso pra começar a postar”, recorda, em conversa com o Jornal Midiamax.
Buscando um nicho, ela se encontrou ao fazer sátiras de dramalhões. “Criei o tiktok e fiz uma novelinha mexicana, satirizando, e bombou. A personagem chamava Maria Batata, e aí veio o boom. Depois que começou a crescer, fui mudando o conteúdo, criando os personagens, até sair deles e começar a falar sobre mim. Mas fiquei muito famosa pelas ‘novelas mexicanas’ e personagens que fiz“, conta ela, aos risos.
O crescimento aconteceu a passos lentos. Ela foi testando vários conteúdos até encontrar o que mais curtia e melhor performava. “Comecei fazendo vídeos de maquiagem, mas sentia que não estava colocando minha personalidade. Quando tomei coragem e comecei a criar os personagens e mostrar meu jeito maluco, com as novelas mexicanas, não parou de crescer. Me encontrei quando comecei a fazer os personagens, mas também sempre fui inovando. Todo dia estou criando uma coisa nova, fazendo um roteiro pra entreter meu público”, afirma.
Anos depois…
Quase cinco anos se passaram e hoje Maria já não produz mais suas versões dos folhetins. Agora, o foco é outro. Mas a audiência que chegou por meio das novelinhas, continuou e mudou de faixa etária junto com ela. “Trago muito esse lance de estar começando a vida, tudo de forma engraçada, perrengues na escola, faculdade, tudo de dia a dia da nossa idade, o que a gente passa com nossos pais, sinto que rola essa identificação”, explica.
“Eu diria que o meu público é a galera jovem e mais alternativa, com estilo marcante, sinto isso quando vejo meus seguidores. Grande parte é de São Paulo, talvez tenha a ver com meu estilo, que é uma coisa mais alternativa, mas não vou saber te dizer”, pontua.
Apesar de já ter seguidores fidelizados, Ma acredita que conquistar a parcela dos conterrâneos seria interessante. “Acho que seria legal começar a ter mais visibilidade aqui em Campo Grande. Eu quase nunca falo que sou aqui”, diz ela, que já bombou ao gravar um vídeo indo em uma loja da Capital recentemente.
“Faço porque eu gosto, não porque estou atrás de seguidores. Eu posto e a galera se identifica porque conto minhas experiências, histórias da minha vida de uma maneira engraçada e crio personagens que são reflexo de pessoas que conhecemos. Então eu acho que por trás desse sucesso está a identificação e porque tudo é feito de forma leve e espontânea“, comenta.
“Virou um trabalho pra mim”, diz Ma Terêncio
Aos 20 anos, Maria cursa engenharia de software, mas ressalta que seu lance mesmo é a internet. “Gosto de trabalhar com imagem, moda“. Mesmo sem carteira assinada, a campo-grandense transformou a produção de conteúdo em um trabalho formal.
“Quando comecei era só diversão, eu levava isso como um complemento, só que aí entrei para uma agência de influenciadores de São Paulo, então virou um trabalho pra mim. Acordo cedo e já penso: tenho que fazer tal vídeo, tal roteiro, e isso é um trabalho que gera minha renda, traz parcerias. É minha vida…”, finaliza.
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