‘Não quero mais, alguém quer?’: doações inusitadas chamam atenção em grupo de Campo Grande
“Doe qualquer coisa que esteja apenas ocupando espaço em sua casa e faça ela ocupar o coração de alguém” é a premissa da comunidade
João Ramos –
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De grupos de desapego as redes sociais estão cheias. Mas este, de Campo Grande (MS), tem lá seu diferencial. Com doações um tanto inusitadas, os anúncios chamam atenção e, por vezes, dividem opiniões dos moradores da capital sul-mato-grossense.
De camas a máquinas de lavar, geladeiras, árvores de natal, animais, livros antigos, mudas de plantas… tudo vira oferta gratuita na comunidade do Facebook que leva o seguinte nome :“Não quero mais, alguém quer?”.
Com a intenção de “fazer alguém feliz”, o grupo surgiu no meio da pandemia, em 2020, mas segue em plena atividade até os dias atuais.
“Se você tem algum móvel, livro, maquiagem, CD’s, DVD’s, tijolos, madeiras, tênis, roupa ou qualquer coisa que esteja apenas ocupando espaço em sua casa, doe e faça ela ocupar o coração de alguém“, diz a descrição.
Doações chamam atenção: tem de tudo
E, assim, os membros seguem as instruções à risca, anunciando tudo o que não querem mais. Dia desses, mudas de mangas foram disputadas na comunidade virtual. “Se alguém se interessar, retirar no local”, avisou a responsável pelo anúncio. Cama de casal usada tamanho Queen também esteve entre os destaques mais recentes.
Sofás são itens corriqueiros no grupo. Com rasgos, afundados e até quebrados… não importa. O que vale é “passar pra frente” e, como diz a descrição, “ocupar o coração de alguém”.
Na maior boa intenção, tudo é anunciado. Geladeira furada, árvore de natal antiga, máquina de lavar que não está centrifugando. Que tal uma palmeira de 1,5 metros de altura, plantada na casa de alguém? “Mas tem que arrancar e levar”, avisa o anunciante.
“Anúncios deixam muita gente com os olhos brilhando”, diz membro
“O grupo é muito bom, eu mesma já doei muita coisa… lençol, peça de fogão, de tudo… tem uns anúncios que são estranhos, mas não acho que ninguém ali faz com má intenção“, afirma a diarista Mylena Silva, que está entre os membros.
Além disso, o “Não quero mais, alguém quer?” acaba sendo um espaço de caridade. “Tem muita gente que precisa. As vezes estão doando um tênis, um sapato mais usado, uma máquina de lavar que não funciona por completo, cama e sofá mais desgastados, mas tem muita gente que não tem isso e esse móvel vai deixar a pessoa com os olhos brilhando“, reforça Mylena.
Tem que ter bom senso, avalia participante
Por outro lado, a dona de casa Fernanda Costa, que também faz parte da comunidade, diz que já viu muita gente usar o grupo como ambiente para descarte. “Lixo você não doa, sabe. Vi muita coisa que deveria ir para o lixo e não para a casa de alguém. A gente tem que doar coisas que gostaríamos de receber, tem que ter bom senso“, pondera.
Apesar disso, o grupo é um sucesso e quase tudo que é anunciado vira disputa. “É muito bom porque as vezes o que não está mais servindo pra mim pode servir para alguém”, conclui Fernanda.
Assim, há quatro anos, o “Não quero mais, alguém quer?” tem se consolidado como espaço democrático, atingindo todas as classes, mas principalmente os mais desfavorecidos. “Sempre vai ter alguém que vai encontrar alguma serventia para o que está sendo doado. O povo é criativo e pega mesmo as coisas”, avalia a diarista Mylena.
Veja algumas outras doações já anunciadas no grupo de “desapego”:
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