Até quando? Até quando é a pergunta que ecoa quando se fala em mulheres agredidas, mortas, destruídas e esquecidas. Não queremos mais. Não aceitamos mais. É importante quando um homem usa sua voz e entra nesta luta, para mostrar como sociedade se cala, como a história se repete e, também, que é necessário parar. Em Campo Grande, com dois casos envolvendo músicos, a categoria está se manifestando cada vez mais e pedindo que ninguém “passe pano” para marmanjo agressor.
É o caso do músico e produtor Rafael Barros. Nascido e criado em Campo Grande, está acompanhando os tristes casos ocorridos aqui e decidiu gravar um vídeo, ressaltando que, há menos de um mês, parou um show, juntamente com sua banda, logo que soube que assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, alguém que conhecia e considera “uma pessoa muito querida”. O autor do crime é o também músico, Caio Nascimento, de 35 anos.
Em seguida, falou do novo episódio, envolvendo uma outra jornalista e cantora, de 38 anos, que foi agredida com o bebê no colo, no último fim de semana. O suspeito, de 37 anos, foi preso e liberado logo depois, com o uso de tornozeleira.
“Uma história que não deveria nem se repetir, mas, se repete. A gente não pode mais normalizar esta realidade, a gente não pode mais fechar os olhos, a gente não pode mais aceitar que a Justiça seja lenta, que as leis tenham brechas, que os culpados escapem, enquanto a vítima carrega marcas para sempre”, disse.
Conforme Barros, a violência contra a mulher não é um problema individual e sim reflexo de uma sociedade doente, que se cala, omite e relativiza.
“A cada silêncio, a cada ‘isso não é da minha conta’, a gente fortalece um ciclo que mata, que destrói família e gera dor”, comentou, pedindo ainda que os homens se manifestem, principalmente em momentos de comentários machistas, situações de abuso, entre outras.
Confira o post do músico: