Mesmo de forma assíncrona, as paineiras já estão ‘dando as caras’ em Campo Grande. Na avenida Ricardo Brandão, por exemplo, enquanto algumas árvores já estão florindo, outras seguem em passos lentos. Mas, tudo seguindo o curso natural previsto na espécie.
A paineira é conhecida por perder as suas folhas na época da floração, que normalmente tem seu ápice no mês de abril. Segundo o biólogo Milton Longo, é comum ver as flores exuberantes da paineira colorirem a cidade em meados de março, pois a espécie tem uma extensa janela de floração, que vai de janeiro a abril.
“A ideia é perder folhas e investir as energias na reprodução, que é na florada, e na maturação dos frutos, que ocorre lá para agosto e setembro, quando abrem as bolinhas verdes de painas. Está cheio de botão lá na Ricardo Brandão, então significa que ela ainda vai florescer por um bom tempo, pois é conhecida mesmo por abrir no outono”, explica o biólogo.
O clima e a umidade são importantes fatores para o florescimento das paineiras. Assim, como esse período é conhecido como o mês das chuvas, isso significa que as árvores terão mais disponibilidade de água no solo para viabilizar sua reprodução.
“Todas as espécies respondem aos estímulos ambientais, geralmente a temperatura e umidade são determinantes. As chuvas e umidade do solo são estímulo para deixar descendentes porque o período que vem pela frente é ruim para a maioria das espécies, já que vem a seca”, explica o especialista.
Grandes volumes de chuva podem ser negativos para a espécie

Assim como as árvores precisam de solo úmido e fértil para se reproduzirem e manterem suas funções vitais, um excesso de chuva pode, ao contrário, gerar um efeito negativo. Isso acontece quando o grande volume de chuva cai em curto espaço de tempo, como as tempestades que atingiram Campo Grande nesta semana, principalmente na terça-feira (18).
Conforme Milton Longo, nessas situações há o risco de que a enxurrada arraste as árvores e deteriore os solos. Além disso, é mais difícil para as plantas absorverem a umidade quando a chuva cai com muita intensidade.
“A quantidade de água que caiu ontem, se estivesse espaçado ao longo de algumas horas, seria muito interessante porque aumentaria a chance de absorção do solo. Com a chuva caindo de forma menos intensa, o solo absorve e guarda a umidade”, explica.
Além disso, a tendência é que as chuvas diminuam os ritmos daqui para a frente, afetando, assim, o mecanismo de reserva de água das plantas, necessário para suportar o período de seca. “O interessante tanto para a agricultura quanto para a natureza mesmo, é que ela venha de forma mais fraca, que faça 50 mm, mas ao longo de um período maior”, afirma o biólogo.

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