Fundador e presidente do Instituto Onça-Pintada, o biólogo Leandro Silveira fez um pronunciamento sobre o caso de Jorge Ávalo, caseiro morto por um exemplar da espécie esta semana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Nas redes sociais, a declaração do representante do IOP gerou debate, especialmente o trecho em que ele diz que “mosquito mata mais do que onça”.
Organização não governamental que atua na conservação da espécie, o Instituto Onça-Pintada está localizado na zona rural da cidade de Mineiros, no estado de Goiás, e é uma das entidades nacionais mais conhecidas quando o assunto é o manejo desses felinos. Diante da repercussão nacional da morte do caseiro atacado por um exemplar no Pesqueiro Touro Morto, em Aquidauana (MS), o presidente decidiu se manifestar e saiu em defesa dos animais.
Ao lado do filho Tiago, que também atua no IOP, Leandro ressaltou que quando esses casos acontecem são muito impactantes, mas nem se comparam com ataques letais de outras espécies a pessoas.
“Se formos olhar as causas de mortes provocadas por animais e seres humanos, os grandes predadores, onça-pintada, por exemplo, ele é praticamente irrisório. Qual é o animal que mais mata no mundo? Mosquito. Chega a matar 700 mil pessoas por ano no mundo. Depois, vêm os animais peçonhentos”, declarou.
“É uma exceção à regra”, afirma presidente do Instituto Onça-Pintada sobre morte de caseiro
O presidente ainda disse que a comoção é “estrondosa” em situações como a registrada esta semana no Pantanal sul-mato-grossense, justamente por ser proveniente de um fato completamente atípico.
“Os números são tão baixos, tão irrisórios, que nem entram nas nossas estatísticas. Por sorte, entre os grandes felinos do planeta, a onça é a que tem menos casos de ataque a seres humanos. Ela não vê o ser humano como presa natural. O tigre vê, o leão vê, o leopardo nem se fala… no Brasil, por sorte, a gente não tem isso a ponto de haver a necessidade de um alarmismo”, argumentou.
Sobre o ataque em Mato Grosso do Sul, Leandro pontuou que é preciso avaliar o contexto, pois “as onças ali são extremamente tolerantes a pessoas”. “Mas o que a população tem que entender é que a onça naturalmente não atacaria uma pessoa, não está no instinto dela”, reforçou.
“Sempre temos que lembrar que um predador tem um instinto de ser extremamente eficiente em atacar. Este caso é uma exceção da regra, não é o padrão da espécie. O Pantanal é um exemplo de um turismo responsável, ecologicamente sustentável, onde as pessoas estão interagindo no meio das onças e nunca teve um ataque dessa forma”, encerrou o fundador do IOP.
Relembre o caso:
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