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MidiaMAIS

Mais um motel fecha em antigo ‘beco do prazer’ e dono afirma: ‘não foi por falta de clientes’

Em poucos meses, proprietário já recebeu proposta para transformar o motel em um hospital; saiba detalhes
João Ramos -
motel fecha em campo grande não foi por falta de clientes
Local está cadeado e disponível para aluguel ou venda em Campo Grande - (Foto: Jornal Midiamax)

Se as ruínas do antigo Motel Seqsabe já chamam atenção na Avenida Euler de Azevedo, em (MS), a desativação recente de outro popular motel das redondezas indica: a região, que antes tinha fama de “beco do prazer” por abrigar diversas casas de encontros, já não é mais a mesma.

A apenas 900 metros do antigo Seqsabe, o tradicional Motel Requinte agora se encontra disponível para venda ou aluguel, após mais de duas décadas de funcionamento. O local atendia clientes desde 2003 e foi desativado há seis meses. Desde então, tem se destacado por ser o segundo motel “fantasma” no mesmo trecho da avenida, entre as rotatórias da Euler com a Avenida Tamandaré e com a Avenida Presidente Vargas.

Mesma avenida agora conta com dois motéis desativados, bem próximos um ao outro – (Foto 1: Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

Dono revela por que fechou Motel Requinte

Se há cinco anos a área ainda contava com três prédios destinados a encontros casuais, hoje apenas um continua atendendo. Mas, o que explicaria o fechamento de dois estabelecimentos do mesmo ramo, tão próximos um ao outro, e em um curto período de tempo? Seria a falta de clientela?

Ou ainda: estariam os motéis ficando obsoletos em Campo Grande e os amantes agora estariam buscando outros locais para viverem momentos de “amor intenso”? Bom, de acordo com o proprietário do Motel Requinte, o mais recente a ser desligado, este não foi o motivo do encerramento das operações por ali.

Aliás, ele garante que cliente é o que nunca faltou. “Só parei por um tempo, pra reforma, aluguel ou venda, porque eu estou trabalhando em outro ramo, sou . Então precisei de tempo para me dedicar ao escritório e o motel, como é 24 horas, demanda muito”, explica o empresário, que é um dos sócios de uma rede de motéis herdados de seu pai.

Segundo ele, o negócio de família segue rendendo nas demais casas de prazer que continuam operando e no Requinte não era diferente. “Não foi por falta de cliente que eu fechei, foi por uma questão particular, tanto que vai ser reaberto se for o caso. Eu quis dar um tempo, mas, se alugar, perfeito”, frisa.

Veja imagens de como está o local:

Motel recebeu proposta para virar hospital ou casa de recuperação para idosos

Com aluguel no valor de R$ 10 mil, o administrador diz ter sido procurado por uma empresa privada que apresentou planos para o estabelecimento. “Tive até proposta para hospital ali, só que o prédio em si é muito limitado. Foi feito um estudo de viabilidade, se era possível o espaço atender uma clínica de idosos, casa de recuperação, por exemplo. Mas não prosperou porque o custo é muito alto e a estrutura teria que ser muito adaptada, pois o prédio é para motel”, relata.

Além disso, outras pessoas entraram em contato interessadas em dar continuidade ao legado do Requinte, mas, conforme o proprietário, todas se mostraram preocupadas com a obrigação de trabalhar 24 horas por dia para administrar o negócio.

Fechamento de motéis pode ser consequência de nova geração

Em relação ao Seqsabe, o empresário conta que a dona “era uma senhora muito ‘bem de vida’ que estava bem , se já não faleceu”. Ela também teria ganhado muito dinheiro com o empreendimento do e, “provavelmente, os herdeiros não quiseram tocar”, acredita o responsável pelo Motel Requinte.

Já sobre a onda de desativação de motéis, o advogado declara que a tendência pode ser geracional. “O pessoal que era mais antigo ganhou muito dinheiro, alguns faleceram e outros não querem mais trabalhar. Já cansaram, ficaram ricos e a nova geração não quer mais. Não é por falta de público, nem de movimento, tem motel até ampliando em Campo Grande. É sempre esse viés, os mais velhos falando ‘vou deixar para meu filho’ e provavelmente a molecada não tá querendo continuar”, reforça.

Tradicional e de “alto luxo”, Motel Seqsabe está há anos em ruínas na Euler de Azevedo – (Foto: Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

Sexóloga diz que comportamento da sociedade vem mudando em relação a encontros íntimos

Consultada pela reportagem, a sexóloga Karina Brum comenta que já ouviu diversos relatos de pacientes que podem indicar a ascensão de um costume que tornaria os motéis “coisa do passado”. Ela expõe que, atualmente, os amantes já não buscam necessariamente um local reservado e entre quatro paredes para dar aquele amasso “mais profundo”.

“Na verdade, o pensamento das pessoas vêm mudando em relação a como aproveitar a própria sexualidade, principalmente após a pandemia. Experiências hedonistas [que buscam o prazer] ao ar livre, por exemplo, começaram a ser mais exploradas. Satisfazer algumas fantasias como ‘dar uns amassos’ dentro do carro, se tornou viável e interessante”, pontua.

A terapeuta também acredita que há vários perfis consumidores de sexo na Capital, contudo, as pessoas têm sentido mais adrenalina com a possibilidade do “ser pego/ser visto”. “Há estudos científicos que comprovam que quando estamos excitados, liberamos adrenalina na corrente sanguínea. Quando inovamos e ‘quebramos as regras’, geramos três vezes mais adrenalina do que o comum e isso é extasiante”, ressalta.

“Mas deixo aqui um alerta! Nessa busca por mais adrenalina e emoção, a intimidade sexual não deve expor o outro – a relação precisa ser segura, saudável e consensual para ambas as pessoas envolvidas. Qualquer coisa fora dessa tríade é considerado abuso sexual”, pondera a sexóloga.

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