Aniversário dos coleguinhas é sinônimo de muita diversão para as crianças. Seja em um espaço de festas, na casa do aniversariante ou em um clube, por exemplo, eles se viram, criam as próprias brincadeiras e até esquecem dos responsáveis por um tempo. Mas, levando a discussão para um nível mais elevado: é normal o convite não se estender aos pais?
A reportagem conversou com algumas mães sobre o assunto e a resposta foi unânime: “o modo de fazer aniversários mudou”. No entanto, quando se fala na presença dos pais nas festas, as opiniões são divididas.
A empresária Mayara Teodoro, de 39 anos, que é mãe de um adolescente de 12 anos e uma criança de 5, ressalta que é frequente os filhos serem convidados para aniversários, em Campo Grande.
“Hoje mudou muito a forma de comemorar os aniversários, o Eduardo mesmo, esses dias foi em um aniversário lá no Comper Itanhangá, em uma lan house. Ele achou o máximo, a mãe fechou só para os convidados, imagina a gurizada toda se divertindo no mundo dos videogames. Achei legal porque ela e o marido ficaram na porta e só saía na presença dos pais”, contou ao MidiaMAIS.

‘Filho dos outros, responsabilidade dobrada’, opina empresária
No entanto, Mayara conta que só permite a presença dos filhos em um aniversário caso conheça os pais ou responsáveis pela criança. “Só que, no caso do meu filho menor, eu só deixo se eu estiver junto ou então com alguém muito conhecido, de dentro da minha casa, família ou amigos. Eu penso assim. E filhos dos outros, a responsabilidade é dobrada”, comentou.
Outra mãe, de 37 anos, que não quer ser identificada, conta que fez o aniversário do filho recentemente e deixou claro que o convite era só para as crianças. “Chamei e coloquei no convite, de forma sutil: ‘Fulano comemora o aniversário e convida os coleguinhas, de tal a tal hora’. Era uma festa na piscina, deixei claro que os pais dele estariam presentes o tempo todo”, relembrou.
Na ocasião, vi que “tem gente sem noção” para tudo, principalmente porque não era para os adultos entrarem na piscina com as crianças. “E mesmo assim um pai e uma mãe entraram, ficaram sentados lá. E foi horrível porque não pude dar nenhuma atenção, eu estava cuidando das crianças”, disse.
‘Não deixo minha filha sozinha em momento algum’, ressalta mãe
Outra mãe, de 42 anos, e que também não quer ser identificada, levantou a discussão nas redes sociais. Ela ressaltou que não deixa a filha sozinha em momento algum. Aliás, neste convite, mesmo não sendo possível, ela diz que foi na festinha com a filha e, inclusive, conversou com muitas mães sobre o assunto. Veja o post feito por ela:

“Neste último aniversário me causou estranheza, porque não tinha vindo nada no convite da mãe, que fez o convite para minha filha de 8 anos, não tinha vindo nada explicitado falando que o convite era apenas para as crianças, até porque uma criança nesta idade não tem discernimento, de decidir se quer ou não ficar no ambiente, vai ficar ali sozinha. E eu, enquanto mãe, não deixo a minha filha sozinha em momento algum”, iniciou.
Conforme a mãe, a criança precisa de orientação o tempo todo. “Depois a mãe disse que, se os pais quisessem participar, teriam que pagar um valor x para permanecer no local. E não foi isso que me assustou, até porque eu acabei indo com a minha filha no aniversário. É as pessoas receberem crianças desacompanhadas no período da noite e não estranharem isso. Lá havia muitas crianças desacompanhadas, então, isto é muito preocupante”, comentou.
Após o evento, a mãe comentou que conversou com várias outras, as quais ressaltaram que tais convites têm ocorrido com frequência, em que os pais precisam deixar as crianças em espaços para eventos ou nas casas. “E, de fato, eu não acho que seja a forma mais segura, até mesmo em espaço kids. Eu faço questão de permanecer, até pela segurança dela. E não acho saudável ela ficar em um espaço onde tem adultos, com brincadeiras que eles participam também. Elas podem se machucar e acontecer outras coisas que a gente sabe bem”, argumentou.
Na conversa, a mãe fala que as amigas comentaram, inclusive, sobre um vídeo postado por uma influenciadora, recentemente. “Se o filho for convidado para um passeio de barco com outra criança. Se acontecer algo, quem os pais desta criança vão salvar? A deles ou a sua? Então, a gente precisa refletir bastante sobre a segurança das nossas crianças”, finalizou.
Assessora de eventos infantis diz que ‘cada caso deve ser analisado’
A assessora de eventos infantis, Lidiane Alves Vieira Bueno Martins, de 44 anos, acredita que cada caso deve ser analisado. “Muitas vezes a pessoa precisa adaptar a festa para uma realidade, às vezes financeira da família e, às vezes, da criança mesmo. E tem se tornado comum esse tipo de festas, onde só as crianças são convidadas, não se atende a toda a família. Só que tudo depende, cada caso é um caso, depende da idade também, de quem está convidando, então, tem vários fatores que precisam ser avaliados e levados em consideração”, ressaltou.
De acordo com Martins, a mãe/pai ou responsável pela criança deve pensar em detalhes, se conhece a família, o local, se a filha estará em boas condições para estar neste local e se vai saber se defender em alguma situação. “Após estes questionamentos, a pessoa verifica se libera o filho ou não. Sou muito prática neste sentido, de decidir e não ficar julgando e questionando se está certo ou errado, se é adequado ou não”, argumentou.
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