Influencers de MS dizem que planilha vazada foi ‘cutucada’ em quem recebe cachê altíssimo e não respeita nem o roteiro

Assunto continua sendo “pano para muita manga” e Midiamax ouviu influencers locais e especialista em carreiras

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Planilha vazada tinha informações específicas sobre influencers e celebridades (Montagem/Jornal Midiamax)

“Fofa”, “horrível”, “péssima”, “entrega muito” ou “diferenciada” são algumas das palavras da planilha vazada, a qual viralizou há alguns dias e definia o comportamento de influencers e celebridades, por trás das câmeras. Por ser editável, fato é que ninguém atesta a veracidade do documento e, muito menos, de onde partiu. No entanto, o que se sabe é que muitos se sentiram doídos com a situação e usaram assessorias ou até perfil próprio para se justificar, negar ou confirmar um possível descuido.

Em Mato Grosso do Sul, o rol de influencers ficou de olho nos acontecimentos e o assunto continua sendo “pano para muita manga”, se é que me entendem. Em suma, acreditam que a planilha foi uma “cutucada”, principalmente, no caso de quem possui um número alto de seguidores e, com isso, cobra um cachê altíssimo, porém, não entrega o combinado e muito menos respeita roteiro. Ou seja, falta de profissionalismo.

‘Profissionalismo é muito importante na nossa área’, diz Dani Albino

“Acompanhei a lista no dia em que saiu e acho que tem, sim, um pouco de verdade, mas também, de certa forma, foi uma cutucada nos famosos. E, claro, aproveitaram o tema para gerar views. O profissionalismo é muito importante na nossa área, principalmente quando o influenciador tem um grande número de seguidores. Essas pessoas recebem cachês altíssimos e respeitar esse investimento, seguindo o que foi combinado, é o básico”, afirmou ao Jornal Midiamax a influencer Dani Albino, que atua no ramo da beleza e possui 266 mil seguidores no momento.

(Dani Albino/Arquivo Pessoal)

Conforme Albino, quando o influencer é contratado e recebe o roteiro, pode apontar sugestões antes das gravações. “Muitas vezes, temos abertura para cocriar com as marcas, e isso torna o trabalho muito mais fluido e assertivo, tanto para a mensagem que a marca quer passar com o conteúdo quanto para o estilo de conteúdo que os seguidores do influenciador gostam de assistir, porque aí o material fica com a cara do influenciador. Na minha rotina de trabalho, é assim que procuro atuar para evitar qualquer desentendimento”, ressaltou.

A influencer campo-grandense comentou que alguns aspectos citados, como “falta de humildade e estrelismo” podem ser reais, mas, é difícil apontar se são reais. “Às vezes, é uma questão de sintonia entre as pessoas ali no set, mas, como em qualquer trabalho, existe, sim, um básico que é essencial, como chegar, dar bom dia e cumprimentar as pessoas presentes. Por outro lado, às vezes, o influenciador pode não estar em um dia bom e acabar ficando mais retraído, menos animado do que costuma ser nas redes sociais, e isso pode gerar uma percepção negativa sobre ele. Mas é claro que isso não justifica nenhuma atitude antiprofissional, mal-educada ou desrespeitosa”, opinou.

‘Mercados dos influencers está crescendo e agrega mais responsabilidade’, fala Raphaela Amorim

A modelo Plus, influencer e “melisseira” Raphaela Amorim, que possui pouco mais de sete mil seguidores, ressalta que o trabalho está em crescimento e isso traz mais responsabilidades, desde a maneira da interação com as pessoas que assistem até a entrega dos conteúdos.

(Raphaela Amorim/Arquivo Pessoal)

“Eu, particularmente, gosto sempre de criar uma história com o produto que vou divulgar, no marketing chamamos de storytelling e funciona muito, sem contar que deixo tudo mais natural possível pra que quem me assista, sinta que também pode viver tal experiência”, comentou.

Segundo a influencer, atualmente as marcas olham muito mais o resultado do trabalho do que a quantidade de seguidores, o que permite que profissionais com menos de 10k sejam contratados. “Eu também penso que, quem tem menos seguidores, deposita maior atenção desejando que seja contratado de forma recorrente, diferente de quem tem mais seguidores e, em alguns casos, acabam se perdendo e deixando a qualidade de lado”, argumentou.

Ainda sobre a lista, Amorim ressaltou que “faltou empatia”, ainda mais se todas as palavras forem verídicas, já que, em sua opinião, seria melhor sinalizar o erro particularmente a cada um. “Espero que todos evoluam e assim a nossa profissão, de modo geral, seja mais valorizada”, comentou.

”Os que tratam com educação são diferenciados”, comenta Santullo

A jornalista, colunista e influencer Anna Santullo, criadora do Pitada com Estilo, ressalta que estes profissionais precisam trabalhar com a premissa da educação e, de forma primordial, passar credibilidade ao contratante.

Anna Santullo ressalta educação como premissa (Arquivo Pessoal)

“Este posicionamento é importantíssimo e algo que busco a todo momento e é até possível perceber, no caso da planilha, que aqueles que tratam bem, com educação, são qualificados como diferenciados, isso pessoas com influência no Brasil todo, então, primeiramente é necessário ser bom este primeiro contato e depois a relação entre o contratante e o contratado”, disse.

De acordo com Santullo, que contrata influencers para lançamentos, o primeiro contato “é marcante” para quem está contratando ou assessorando a empresa e busca estes profissionais.

“Eu tenho esta parte da contratação também, trabalho bastante com influencers. E quando vai contactá-los, tem toda esta parte de uns que atendem, são solícitos ao contato e outros que nem respondem. “É muito do que foi falado nessa lista, então, existe sim esta questão por parte dos influencers, mas, pelo que vi, não tem ninguém de Campo Grande”, ponderou.

Consultora Organizacional e especialista em desenvolvimento de carreiras, Lucia Helena Coletto Macedo, de 55 anos, disse que se inteirou sobre o assunto e ressaltou que o vazamento de informações é um problema atual.

“Temos muita tecnologia disponível, mas, em muitos casos, mal gerenciada, isso em relação à lei geral de proteção de dados, então, casos como este podem acontecer e as informações caírem em mãos erradas. É uma questão global, de vazamento de informações, informações pessoais no caso. É algo que ocorria antes, em menor velocidade e escala, porque era no papel, é uma questão antiga, e é por isso necessário ter uma boa assessoria por trás”, afirmou.

Neste caso, de “pessoas públicas”, Coletto fala que ocorre repercussão a nível nacional. “Já vi casos de vazamento de salários, em que fazem comparação, que deu o maior problema, mas, como são de pessoas famosas, influencers, isso dissemina muito rápido. Vi colaborar falar de outro e vazar também, então, falar do outro sempre vai gerar curiosidade, ainda mais famosos, que tem uma vida explorada, é o preço da exposição, como dizem, porém, poderiam ser poupados e aí fica a reflexão também”, finalizou.

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