No dias 25 e 26 de maio, o grupo de dança terena Haná’iti Kipâe’, da Terra Indígena Taunay Ipegue, em Aquidauana, fundou uma associação jurídica, com auxílio do CCMS (Comitê de Cultura de Mato Grosso do Sul). Há dois anos, o grupo percorre aldeias e cidades do Brasil, levando apresentações artísticas como forma de manutenção das tradições culturais do povo Terena.
Com o assessoramento técnico para a fundação jurídica, o grupo conseguiu sair da informalidade. Vale ressaltar que os integrantes do Haná’iti Kipâe’ já dançaram com a ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara. A apresentação contou com o prestígio do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, além de outras autoridades.
“Teremos autonomia jurídica para receber os recursos financeiros que vão auxiliar na manutenção da ‘Dança Terena’, que é uma tradição que muitos indígenas estão perdendo”, afirmou o cacique e um dos fundadores do grupo, Devanilson Paz.
Segundo o cacique, agora com CNPJ próprio, o grupo terá meios para financiamentos, editais públicos e outras formas de apoio institucional.
“A gente procurou apoio desde 2022, mas sempre encontrava portas fechadas. Hoje em dia, sem ser uma pessoa jurídica, não conseguimos quase nada. Mas agora, com a associação legalizada, a gente espera que o Estado venha, veja a gente, traga projetos, editais, oportunidades. Aqui tem artistas, tem talento, tem cultura viva”, declarou.
Grupo de dança reforça identidade cultural
O nome Haná’iti Kipâe’ significa “Grande Ema” na língua Terena — um símbolo de resistência do coletivo artístico-cultural. Assim, para os integrantes do grupo, a formalização da associação vai além de tudo fortalecer a identidade cultural e social da comunidade.
Para Jonatas Moreira, professor e integrante do grupo, a criação da associação tem impacto direto na juventude da região.
“Com essa associação, os jovens passam a ter outros propósitos e projetos. Ela vai possibilitar acessar recursos e investir em cultura, educação, esporte e ações sociais que fazem muita falta aqui. A dança pode se expandir, chegar a outras regiões, não só de Aquidauana, mas de todo o estado”, destaca.
O presidente da Flor e Espinho — organização da Sociedade Civil celebrante do Comitê de Cultura em MS — Anderson Lima reforçou a importância da Associação Haná’iti Kipâe’ ao manter a memória cultural.
“Queremos ver eles alcançando cada vez mais lugares com a dança que mantém a memória. É um dia muito especial. Essa é a segunda associação indígena que auxiliamos na fundação jurídica. Em fevereiro, foi na Aldeia Limão Verde, com os Brigadistas Indígenas Úne Yoko Yúku. Então, o sentimento que temos é de que estamos no caminho certo”, afirmou.
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