Falta de bom dia faz comerciante usar até camiseta polêmica em Campo Grande: ‘Pode dar à vontade’
Vendedora diz que sente “desprezinho” por parte dos clientes e resolveu dar recado com a camiseta
Graziela Rezende –
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Juro que a vontade foi de cutucar cada uma das pessoas que passaram e não responderam ao cumprimento da vendedora. De mamando a caducando, da novinha ao velho, pouquíssimos retornaram o gesto nos minutos que a reportagem do Midiamax foi ao Mercadão Municipal de Campo Grande, nesta semana. Fica a pergunta: qual o motivo de não responder um simples bom dia? O assunto é polêmico e, depois de anos sem respostas, tem até vendedora que resolveu usar uma camiseta com “indireta bem direta” aos mal educados.
“Sempre falo que a gente fica mais tempo aqui no serviço do que em casa, então, a gente procura levar mais alegria para o pessoal, sempre atendendo bem, só que a maioria não responde nem um simples bom dia e a intenção é ser agradável, ainda mais no começo do dia. E aí a pessoa praticamente passa por cima e nem responde, é algo muito recorrente aqui e é com as pessoas de fora e as de Campo Grande. Você sente um desprezinho dos clientes”, afirmou a vendedora autônoma Claudia Mara Diarte Nunes, de 39 anos.
Atuante no mercadão há dez anos, Claudia ressalta que tinha uma outra vendedora em sua banca e ambas conversavam muito sobre o assunto. “Ficava uma em uma ponta e a outra na outra, daí a gente falava e ninguém olhava na cara. E já naquela época ela falava essa frase. Daí eu pensei em colocar na camiseta e acabou que o momento foi agora, vamos ver se as pessoas mudam o comportamente”, disse.
Romualdo Aspet Cote, de 54 anos, conhecido como “Paraguai”, trabalha há 20 anos no mesmo local. Ele conta que “volta e meia” encontra gente mal educada. “Não podemos achar que é um costume, pois, todos nós tratamos bem as pessoas, queremos que sejam bem recebidas, mas, muita gente não responde, é verídico isso aqui em campo grande”, lamentou.
Conforme o microempresário, o turista “é mais aberto” e suscetível a responde melhor, porém, o campo-grandense está sempre “com a cara fechada”.
Também vendedor no local, Paulo Riceli Maja, de 40 anos, é um dos primeiros a chegar no mercadão e tem a mesma sensação. Segundo ele, o bom dia é realmente para “desejar um bom dia e não empurrar mercadoria, vender”, porque vendas ocorrem o dia todo.
“O pessoal daqui é tranquilo, todos respondem, entre nós eu digo, os que trabalham aqui. Agora, quem é de fora, é bem mais complicado, acho que é cultural em Campo Grande”, lamentou.
Ademir José da Silva, de 59 anos, conhecido como “Pernambuco”, está há muitos anos no mesmo local. Da mesma forma, ele concorda que o bom dia é uma palavra pouco falada entre os clientes.
“Raramente a gente escuta, a maioria que passa, a gente dá o bom dia e não respondem. Aqui é um lugar muito bom de morar, lugar legal, tranquilo, mas, o pessoal em si, não todos claramente, mas, tem uma grande maioria que não pede e nem respondem a um simples bom dia”, finalizou.
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