A onça-pintada que teria matado e devorado o caseiro Jorge Ávalo no Pantanal de Mato Grosso do Sul agora tem um nome. Transferido de Campo Grande (MS) para o Instituto Ampara Animal, em São Paulo, no final da semana passada, o animal foi batizado ao chegar ao cativeiro, onde ganhou a alcunha de Irapuã.
De acordo com o Instituto que acolheu o macho de aproximadamente 9 anos, Irapuã foi o nome escolhido, pois, em tupi-guarani, significa agilidade e força — características triviais do felino.
Desde sexta-feira (16), a onça vive em um recinto só para ela, adaptado a todas as suas necessidades. Segundo a ONG, o local deverá ser sua morada permanente até o fim da vida, onde deverá contribuir para programas de conservação da onça‑pintada a longo prazo.
Durante o transporte, a onça manteve sinais vitais estáveis, chegou em boas condições e já recebe todos os cuidados necessários para a delicada fase de adaptação. Veja imagens do animal no Instituto de São Paulo:
Por que a onça foi retirada de seu habitat natural
Irapuã foi resgatado do Pantanal sul-mato-grossense há quase um mês, no dia 24 de abril, no pesqueiro onde o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, foi morto. Inicialmente, ele foi encaminhado ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande (MS), onde ficou até ter seu destino definido pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Conforme o Ampara Silvestre, a decisão de capturar e remover a onça‑pintada de seu habitat natural foi tomada em conjunto pelos órgãos ambientais competentes, após avaliados os riscos de novos incidentes na região e constatado o grau de habituação do animal à presença humana.
“Trata‑se de um indivíduo que já não reage com o instinto de fuga típico da espécie; isso torna sua soltura um processo mais complexo e arriscado, tanto para ele quanto para as pessoas”, explica o médico‑veterinário Jorge Salomão Jr, responsável técnico pelo mantenedor de fauna do Instituto Ampara Animal.

Mais detalhes sobre a nova “casa” da onça
O encaminhamento de Irapuã à ONG paulista atendeu as definições e critérios de destinação indicados pelo Programa de Conservação do ICMBio. No Instituto Ampara Animal, a onça passará a viver em um recinto que será especialmente adaptado às suas necessidades.
“A estrutura contará com ampliação da área aquática, em respeito às origens pantaneiras do animal e seu hábito de nadar e circular por áreas alagadas. O espaço não é aberto à visitação e terá como foco absoluto a recuperação física e emocional do indivíduo, promovendo o máximo de bem-estar possível em um contexto de cativeiro”, detalha o Instituto.
Ciente de que o cativeiro nunca é o fim ideal para nenhum animal silvestre, a fundadora e presidente da ONG diz entender que, diante desse contexto, essa é a melhor alternativa para Irapuã. “Nosso compromisso é oferecer a melhor qualidade de vida possível para ele, com todo respeito e dignidade que sua espécie merece”, afirma Juliana Camargo Muller.

Reações na internet
As imagens do felino no cativeiro dividiram opiniões de internautas. Enquanto alguns aplaudiram as autoridades pela decisão, outros criticaram o fato da onça ter deixado seu habitat. “Eu acho que ele está feliz! Aqui, aqui no Cras de MS, apesar de toda a dedicação e carinho do pessoal, o espaço é muito pequeno, ele ficava mais estressado, aí está calminho”, opinou uma sul-mato-grossense.
“Que bom saber que está bem assistido. Mas… lamentável, lamentável ele perder sua liberdade e passar dia após dia agora preso” e “Fico triste por ele ter perdido a liberdade, consequência única e exclusivamente das ações humanas. O consolo é acreditar que vocês farão o melhor possível dentro das limitações de uma vida sem liberdade”, foram outras reações.
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