Reafirmando que ainda há valor naquelas produções do tipo ‘velho oeste’, mas impondo uma atualização 2.0 aos moldes dos antigos retratos que marcaram época, “Do Sul: A Vingança”, enredo independente que propõe ser a cara de Mato Grosso do Sul, chega aos últimos dias de exibição na Capital.
O filme, de caráter independente, foi inteiramente produzido em Mato Grosso do Sul. O elenco, selecionado a dedo, também valorizou as figuras artísticas da terra. O diretor é o produtor, roteirista e empresário Fabio Render. Para quem ainda não teve a oportunidade de conferir, “Do Sul: A Vingança” estará disponível até o dia 03/06, no Cinemark Campo Grande.
Quem já assistiu destaca o valor da produção, que, apesar das suas limitações, entregou muito entretenimento atrelado ao retrato social vivenciado nas fronteiras do Brasil.

O filme é uma provocação sobre os desafios de quem vive em meio à diversidade cultural e ao crime organizado, garantindo um tom engraçado, mas sem deixar de lado a seriedade de quem vive ‘na mira’ das vulnerabilidades sociais.
Para o diretor audiovisual Lucas Emit, o filme garante risadas e aflições em momentos de tensão na abordagem do assunto sobre o contrabando na fronteira Brasil, Bolívia e Paraguai.
“A direção conseguiu juntar uma história que envolve cenas de 13 anos atrás já gravadas, amarrou-as com a história contada no presente e entregou ótimos flashbacks do passado com todo o elenco mais jovem, o que na minha opinião foi o grande feito deste filme”, comentou o profissional no portal Adoro Cinema, em que consumidores podem fazer críticas e avaliações sobre o que passa nas telonas.

O cinéfilo Lucas “Dominic” Rodrigues, editor de perfil no Instagram com mais de 500 mil seguidores, afirmou ao Midiamax que, diante do consumo recente das produções nacionais, “Do Sul” se mostrou uma obra acima da média.
Ele pontua ter sido surpreendido com a dinâmica de entrevistas que o enredo propõe, e que, diferentemente de outros comentaristas que não teriam curtido a proposta, para ele, foi o diferencial que o fez engajado até a última cena.
Em sua análise, ele destaca que assistir à produção sul-mato-grossense “foi como embarcar em uma viagem inesperada pelo coração do Estado”.
“Um filme independente, filmado inteiramente no Estado, que me surpreendeu pela forma como mescla ação, comédia e crítica social em um cenário tão pouco explorado no cinema nacional. O que começa como uma simples investigação se transforma em uma jornada repleta de personagens excêntricos, situações absurdas e um mergulho nas complexidades da região fronteiriça”, aponta.
Para ‘Dominic’, o filme não se esquiva de abordar questões sociais e políticas e reflete bem a realidade da tríplice fronteira (Brasil-Bolívia-Paraguai) e os conflitos que ali existem.
“Mesmo com um orçamento modesto, a produção conseguiu criar uma atmosfera envolvente, com uma cinematografia que valoriza as paisagens naturais do Estado. Do Sul, A Vingança é uma obra que, apesar de suas limitações, entrega uma narrativa cativante e autêntica. Um exemplo de como o cinema brasileiro pode (e deve) explorar suas próprias histórias e regiões”, afirmou.

SAIBA MAIS
O filme retrata a jornada do escritor de true crime Lauriano, interpretado por Felipe Loureiro, em busca de um novo tema para suas histórias. Nessa busca, ele se envolve numa trama de vingança e corrupção em MS na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Ao mergulhar no submundo do crime organizado, descobre os segredos de um personagem misterioso conhecido como “Jacaré”, e, a partir disso, revelações bombásticas e muita ação são esperadas num lugar que tem suas próprias leis. A classificação indicativa para o filme é de 16 anos. O conteúdo inclui drogas ilícitas, linguagem imprópria e violência.
Você consegue conferir a produção no Cinemark Campo Grande. Deste domingo até terça-feira, 03/06, a sala abre às 19h30.
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