“Eu comprei o terreno no Coophasul tem cerca de 50 anos, estava começando a construir o bairro. Não tinha asfalto e eram poucas casas. Eu abria a porta e era só um monte de cupim e formigueiro que eu via. Agora mudou, não tem nem comparação, 100%. E aqui eu fiz o meu barraco, formei família e tive um casal de filhos. E um certo dia, de férias, fiquei pensando em montar um bar, no fundo de casa…”.
É assim que Paulino Paulino Pinheiro de Araújo, de 76 anos, começou a história de um local secreto, digamos assim, já que funcionava ao fundo de seu imóvel e o acesso era “só para nata”. Sendo assim, em 22 metros quadrados, começou a servir doses de bebidas alcoólicas, além da cerveja — que ainda custava R$ 1,50 — porções e um cardápio com tempero exclusivo de sua falecida esposa, seja nas feijoadas, galinhadas e dobradinhas que, segundo Barba, só ela sabia fazer.

O Jornal Midiamax entra neste período nostálgico, em uma série de reportagens especiais, iniciando neste bairro, na região norte da cidade. Durante as visitas, conhecer o “Gato”, como todos chamam Paulino, foi um presente. Entrar em sua casa e passar pelo corredor onde funcionava o bar, foi outro, pois, era nítida a energia de um local que recebia amigos, revelou talentos musicais e convidados ilustres, como o cantor Fagner, Irmãs Galvão e a saudosa Delinha, a eterna “Dama do Rasqueado”.
‘Coophasul é um bairro pacato’, avalia morador de meio século
No entanto, como morador de meio século, antes de falar do antigo estabelecimento, Gato falou da região. “É um bairro tranquilo, pacato. Quando acontece um caso ou outro eu falo que são os assaltantes de varal. Aqui tem bastante morador antigo, conheço muitos. E hoje eu estou velho, assim como eles. Mas, no meu tempo de jovem, aqui fervia. A praça da Coophasul sempre foi o point, com o famoso bifão da praça, bares e restaurantes. E depois eu tive o meu bar, que durou exatos vinte anos”, iniciou.

Segundo Gato, a intenção foi aproveitar o fundo de sua casa, já que ele morava com a família na frente. “Posso dizer tranquilamente que vários artistas, o judiciário, médicos e comunicadores frequentavam, além da classe política. Todos falavam do nosso cardápio. O bom daqui era o cardápio, sem dúvida, com muita comida boa: mocotó, dobradinha, feijoada, a famosa feijoada do Gato. Tinha gente que vinha de longe buscar a nossa feijoada e, é claro, muitos cantores. Eu falo que 99% dos cantores e músicos de Campo Grande iam lá”, relembrou.
Sarau na ‘Quinta do Gato’
Entre os eventos que ocorriam, Gato relembra o sarau. “Os músicos vinham, cantavam e tocavam todos de graça. E várias vezes tinha que ser uma música só por artista, para dar tempo de todos tocarem e assim participarem do evento. Eu tenho muitas lembranças de gente cantando aqui. Patrícia e Adriana novinhas, Delinha, irmãs Galvão, Fagner, aquele da sanfona, como é mesmo o nome? … Dino Rocha”, diz.
Gato também afirma que o cantor Fagner é seu primo. “Quando ele vinha no Festival de Bonito ou lá em Corumbá, ele almoçava na minha casa. São muitas lembranças, tenho algumas fotos. Agora o bar não existe mais, foi até os anos 2000. Agora eu lembrei, o Juvêncio, nos tempos de senador, cozinhava lá no bar, ele mesmo gostava de cozinhar. Fazia as moquecas e fazia questão de servir, mexia nas panelas”, finalizou, nostálgico.






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