Há nove anos, Valdemir Dias Martins leva felicidade a comunidades carentes de Campo Grande ao doar bicicletas que ele reforma. A iniciativa é de 2016, quando o sul-mato-grossense já fazia trabalho voluntários com dependentes químicos na capital. Assim, a primeira bicicleta foi doada em maio desse mesmo ano e, desde então, nunca mais parou. A milésima unidade foi entregue neste sábado (31).
Ao Jornal Midiamax, Valdemir conta que a ideia de consertar sucatas de bicicletas surgiu a partir de um desejo de infância não realizado. Quando tinha sete anos, ele desejava ter uma bicicleta da marca BMX. Mas, na época, sua família não tinha condições de presenteá-lo. Somente aos 12 anos comprou sua primeira, uma Caloi 10.
“Eu sempre fui apaixonado por bicicleta. Tive uma Caloi 10, mas minha vontade dos 7 aos 8 anos era ter uma BMX, uma bicicletinha Aro 20. Mas, não consegui porque minha mãe morava na roça. Consegui comprar a Caloi 10 aos 12 anos”, lembra.
A primeira customização foi realizada ainda na pré-adolescência, quando Valdemir fez uma bicicleta BMX, quase como aquela que sempre sonhou, porém, com aro maior. “Consegui dar a Caloi 10, vender a marcha e fazer uma BMX Aro 26”, explicou.

Projeto serviu de inspiração para Valdemir
Aos 15 anos, Valdemir veio para Campo Grande, onde conheceu o projeto do proprietário da Ciclo Ribeiro, que consiste em doar bicicletas novas a quem não tem condições de comprar. Logo, sentiu vontade de fazer o mesmo, mas não conseguiria doar novas. Foi quando um amigo ajudou doando carcaças de bicicletas para que ele pudesse reformar.
Ele me deu umas 40 carcaças de bicicleta. Consegui restaurar umas 17 mais ou menos, e no dia 1º de maio [de 2016] doei 12 bicicletas”, conta.
Ao ver que era possível, Valdemir deu continuidade ao projeto social. As doações costumam ser, principalmente, para crianças. Contudo, até mesmo adultos recebem as bicicletas restauradas. “Eu doo bicicleta para quem gosta de pedalar ou quer aprender a andar, mas não tem condições de comprar uma”, conta.
Atualmente, sua fonte de matérias-primas são os ferros-velhos da cidade ou descartes de bicicletarias. “Todo material do lixo é reciclado. As bicicletas têm 90% a 95% de peças recicladas. Mas, um amigo, que tem uma loja ambulante, também doou algumas peças novas para o meu projeto”, explica.

Projeto já doou 1 mil bicicletas
Desde que foi criado, o projeto de Valdemir já doou diversas bicicletas. Na última terça-feira (27), entregou a de número 999, em São Gabriel do Oeste. Neste fim de semana, a milésima encontrou o seu lar, no bairro Jardim Inápolis, em Campo Grande

Segundo Valdemir, cerca de 400 unidades foram doadas no Núcleo Industrial de Campo Grande. Além de moradores da capital, o projeto já atendeu cidades do interior. E não apenas com doações de bicicletas que o projeto sobrevive! Valdemir também organiza oficinas para ensinar a prática da restauração.
“A pessoa entra em contato comigo e, se eu acho a bicicleta para reformar, retorno para essa pessoa e faço a doação. Além de reformar as bicicletas, eu ensino gratuitamente a comunidade a montar também”, explica.

Outra iniciativa do projeto é a doação de livros. A ação faz com que os exemplares circulem e encontrem novos leitores na capital. Com sete pontos de doação na cidade, a ação já doou mais de 13 mil livros. Além disso, faz parceria com o Parceiros da Prateleira de Livro do Terminal julho de Castilho, para onde já doou mais de nove mil.
Quem deseja contribuir com ambas as ações do projeto, doando peças de bicicletas ou livros, basta entrar em contato com Valdemir, pelo WhatsApp (67) 9 9105-1290.
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