Nascida no coração do Pantanal sul-mato-grossense, a corumbaense Carmen Portinho foi pioneira no urbanismo brasileiro. Ela também se tornou referência por ser uma das primeiras mulheres a se formar na profissão no país.
Entre diversas outras ações importantes, ela participou ativamente do movimento feminista no começo do século XX, ajudou a reconstruir a Inglaterra após o final da Segunda Guerra Mundial, e foi a terceira mulher brasileira a se tornar engenheira.
Desde o dia 27 de maio, a urbanista é tema da exposição “Carmen Portinho: pioneira do urbanismo no Brasil”, na Casa de Cultura, em Campo Grande. A mostra cultural tem como foco a trajetória da mulher e chega pela primeira vez à capital de Mato Grosso do Sul.
A visitação ocorre de segunda a sábado, das 9h às 18h, gratuitamente, e vai até o dia 11 de julho.
Trajetória
Carmen nasceu em Corumbá no dia 26 de janeiro de 1903, filha de Maria Velasco, boliviana, e Francisco Portinho, gaúcho. Ainda criança, com 8 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, capital do país na época. Lá, junto à bióloga Bertha Lutz, organizou o movimento sufragista e lutou pelos direitos das mulheres, sendo importante na conquista do voto feminino em 1932.
Antes, em 1925, foi a terceira mulher do Brasil a se graduar em engenharia, formada pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. No entanto, encontrava um ambiente predominantemente dominado por homens e machista, no qual sempre teve que provar seu valor.
Mesmo diante das dificuldades, Carmen se torna especialista em planejamento urbano em 1939 e, cinco anos depois, recebe uma bolsa para estagiar em Londres e auxiliar na reconstrução de cidades inglesas após a Segunda Guerra Mundial.
A urbanista faleceu em 25 de julho de 2001, aos 98 anos, no Rio de Janeiro. Em 2022, ainda, ela viria a se tornar patrona do urbanismo no Brasil, com a Lei 14.477/2022.
Contribuições no urbanismo
Além de todo o engajamento na luta feminista e o pioneirismo no urbanismo brasileiro, Carmen teve diversos outros destaques ao longo de sua carreira. Com somente 26 anos, a corumbaense criou a União Universitária Feminina, com objetivo de apoiar mulheres em suas carreiras e defender seus interesses profissionais.
Também foi ela quem trouxe o conceito de habitação popular para o Brasil — após estágio na Inglaterra —, e propôs ao prefeito do Rio de Janeiro a construção de conjuntos residenciais populares equipados com serviços sociais. Os mais importantes exemplos são os do conjunto de Pedregulho e da Gávea.
Já em 1962, assumiu a construção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. O local sofreu um incêndio em 1978, mas a estrutura projetada por ela resistiu.
No ano seguinte, tornou-se diretora da ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial), primeira escola de desenho industrial da América Latina, onde permaneceu por 20 anos.
Após esse período, passou ainda 13 anos no Centro de Tecnologia e Ciências da UERJ, onde atuou como assessora, até falecer em 2001.
(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)
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