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Machistas não passarão: Blocos de Carnaval organizam ações contra assédio durante folia

Período de folia acaba por ter aumento no número de denúncias de assédio
Taís Wölfert -
Bloco realiza treinamento com seguranças para lidar com o assédio (Foto: Henrique Arakaki)

O está cada vez mais próximo. A folia atrai muitas pessoas que querem se divertir. Mas não é difícil encontrar alguma mulher que já sofreu assédio durante a folia. Pensando nisso, os blocos de trazem uma organização com alerta para assédio.

Uma das fundadoras do bloco Farofa com Dendê, Tábata Camila, afirma que os números de assédio durante a folia tem diminuído, mas que o bloco vai realizar treinamento com os seguranças.

“A ideia é conseguir também fazer o treinamento dos nossos seguranças. A gente está nesse processo para saber abordar, saber agir. Porque a gente tem muito esse cuidado, machistas não passarão, não passam. A gente tira da festa se acontecer” explica Tábata.

O Disque 100, canal de denúncias da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do MDH (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania) registrou 73 mil violações a partir de 11,3 mil denúncias de assédio no Brasil. Uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva em colaboração com o Question Pro indicou que sete a cada dez mulheres têm medo de sofrer assédio durante a folia.

Cuidado necessário

O bloco Forrozeiros, como o nome já diz tem o forró como ponto principal e a requer contato físico, mas nem por isso o contato pode se tornar um assédio.

“É muito importante a gente saber como inibir essa questão do assédio. Então, a gente faz uma campanha e ali a gente sempre fica de olho, orientando qualquer menina. Inclusive, o nosso bloco vai sair no dia 8 de março, que é o dia da mulher, então, provavelmente, a gente vai estar numa programação voltada” conta Karine Dias, organizadora do bloco.

Bloco Forrozeiros vai sair na folia no Dia da Mulher (Foto: Henrique Arakaki)

O Farofolia, bloco voltado para a comunidade LGBTQIAPN+, tem uma regra que caso a pessoa sofra assédio ela é levada para um bar LGBTQIAPN+ da região que possui uma equipe de segurança. A equipe é treinada para atender vítimas de assédio. A equipe do bloco também dá recados quanto ao crime no microfone durante a folia.

Não é um convite

As vítimas de assédio muitas vezes nem notam a situação que estão passando e que aquilo se configura como crime. Por isso existe a importância da conscientização quanto ao tema.

“O assédio às vezes pode ser um pouco velado. E algumas vezes nós, vítimas, nem sequer nos damos conta de que nós estamos passando por um assédio. A gente sente um desconforto, a gente acha que a culpa é nossa. Então hoje, quando a gente tem um esclarecimento do que é assédio, a gente percebe que sim, todas nós já passamos por isso” conta a fundadora do bloco Cordão da Valu, Silvana Valu.

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Quem assedia quer culpabilizar a vítima, seja pela roupa, comportamento ou até por ingerir bebida alcoólica, mas nada justifica o assédio. De acordo com a pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva em colaboração com o Question Pro, 15% dos brasileiros acha que se uma mulher sai para se divertir no carnaval com roupas curtas, é sinal de que está disponível para encontros sexuais.

“É importante esclarecer à vítima do que ela está passando é um assédio, que ela está sendo assediada, que não é culpa dela. Ela pode ter bebido, ela pode usar uma roupa curta, não tem problema, o assediador é o assediador. Ele é o culpado, a vítima é a vítima” explica Silvana.

Combate

A presidente do bloco As Depravadas, voltado para trabalhadores da imprensa, Eliane Nova, conta que todo ano o bloco realiza uma campanha de conscientização contra o assédio.

“A gente coloca plaquinhas com o número de denúncia. Estamos sempre falando nos microfones durante o evento. Nós fazemos uma campanha muito séria de ao abuso sexual no Carnaval” explica Eliane.

Leis

Com o objetivo de combater casos de assédio, não apenas no Carnaval, mas durante todo o ano, foi criada a Lei 14.786, de 2023, que estabelece o protocolo “Não é Não”. O protocolo é destinado a prevenir o constrangimento e a violência contra a mulher em ambientes nos quais sejam vendias bebidas alcoólicas, como casas noturnas, boates e bares.

O protocolo obriga os estabelecimentos a terem, pelo menos, uma pessoa para atender ao protocolo e a manutenção de informação sobre como acioná-la, assim como dos telefones da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180).

O assédio sexual é considerado crime conforme o Código Penal (art. 216-A, CP, com pena de 1 a 2 anos). O Disque 100 funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana e registra denúncias de violações, dissemina informações e orienta a sociedade sobre a política de direitos humanos.

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