O artista visual Jonir Figueiredo, que morreu neste sábado (26), aos 73 anos, se considerava um ‘artista desde que nasceu’. Autodidata, o corumbaense fez sua primeira obra aos 19 anos. O velório está agendado para acontecer a partir das 10h deste domingo, no Centro Cultural José Octávio Guizzo, em Campo Grande.
Durante sua vida em Corumbá, Jonir estudou na Escola Dona Arsênia, Círculo Operário e Santa Teresa. Depois, cursou bacharelado em Educação Artística pela Faculdade Unidas de Marília (SP). O artista nunca parou de aprender e tinha diversas técnicas.
Desde criança afirma que já tinha vocação para as artes. O artista autodidata é pintor, desenhista, gravador, performer cultural e arte educador, e diz ser a intuição sua principal aliada na composição de suas obras, em entrevista ao PantaNow.
Antes de ser encontrado morto, na manhã de sábado, participou da 3ª edição do Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano. Na manhã de hoje foi encontrado sem vida, deitado sobre a cama com a coberta acima do rosto.
Pessoas próximas do artista relatam que ele estava feliz por retornar à cidade, considerada capital do ecoturismo brasileiro. Jonir já morou por lá e fez muitos amigos. Segundo familiares, ele se preparava com entusiasmo para mudar ao novo ateliê, localizado nas proximidades da Praça das Araras, no bairro Amambaí, em Campo Grande.
Jonir expôs sua obra para o mundo
O artista corumbaense expôs seus trabalhos em vários estados brasileiros, assim como mundo afora. Dentre o locais que Jonir já esteve estão os países no Mercosul, Japão, em cinco cidades da União soviética, Europa e na ONU, em Nova York.
O artista ainda aparece em vários livros sobre arte e cultura do Estado e do Centro-Oeste. Jonir também é técnico especializado em Artes e Cultura com inúmeros cursos, sendo a maioria de extensão universitária.
Natural de Corumbá, berço do Pantanal, Jonir dedicou mais de 50 anos de carreira a retratar as paisagens, a fauna e a flora da região. Então, reconhecido como um dos ícones das artes plásticas de MS, o artista construiu um extenso acervo marcado pelas cores vibrantes da natureza pantaneira.

No entanto, com o avanço da superexploração e das queimadas, a arte de Jonir passou a incorporar também um tom de denúncia.
Comemoração de 50 anos de arte em Paris
Em 2022, o artista plástico, que comemorou 50 anos na profissão com exposições e o lançamento de um livro em Paris. Assim, em maio daquele ano, ele viajou para a França, onde realizou uma mostraa no Centro Paris Anim’ Sohane Benzian, na Escola de língua Herança Cultural e realizou oficinas com crianças sobre os bichos do Pantanal.
Ainda no país, realizou outras mostras culturais e comemorou seus 50 anos na arte com o livro ‘Jonir, uma trajetória de vida construída com arte’. Então, de volta a Mato Grosso do Sul, percorreu diversas cidades com o livro e a arte.
Repercussão da morte
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul divulgou nota após a morte do artista corumbaense. “Jonir Figueiredo, foi um artista ímpar, um personagem da história do nosso estado que andava por aí, entre nós, à procura de novas ideias, matéria-prima para produzir sua arte e oportunidades para divulgá-la”, diz a nota publicada pela pasta.
O deputado estadual Paulo Duarte, do PSB, conterrâneo de Jonir, afirmou ao Midiamax que encontrou com o artista em Bonito. “Absolutamente sereno e tranquilo. Ainda sem entender o que aconteceu. Uma perda imensa para nossa arte e cultura. Um artista plástico que deixa seu nome na história através de seu estilo único. Um conterrâneo que a partir de agora se eterniza através de sua obra”, afirmou.
A vereadora Luiza Ribeiro, do PT, também se manifestou. No Instagram ela comentou que a obra de Jonir se eterniza a partir de agora. “Gratidão por tudo, tantos momentos lindos de conversa e trocas sinceras”, disse.
Em uma das homenagens, um amigo desejou uma passagem leve ao artista. “Ahhh, Jonir Figueiredo meu querido amigo de tantos anos! Tenha uma passagem leve e plena de luz. Você foi um cara e artista maravilhoso nessa sua vida por aqui!!! Vá em paz meu amigo!”, escreveu.

Incrédula, uma amiga também lamentou a morte e desejou o descanso ao artista. “Vá em paz, Amigo Jonir Figueiredo. Sua missão foi cumprida, c/louvor! Sentiremos sua falta”.
Velório em Campo Grande
Apesar de ter nascido na Cidade Branca, Jonir firmou raízes na Capital de Mato Grosso do Sul, onde será sepultado. Familiares se mobilizam para encaminhar o translado do corpo do artista.
Assim, o velório está agendado para acontecer a partir das 10h deste domingo, no Centro Cultural José Octávio Guizzo, em Campo Grande, com previsão de encerramento às 14h.
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