A carta escrita por Dom Dimas Lara, Arcebispo da Arquidiocese de Campo Grande (MS), não recomendando o movimento Legendários a fiéis da Igreja Católica tem dado o que falar.
Repercussão do posicionamento nas redes sociais expõe que as declarações ainda não foram totalmente compreendidas por católicos entusiastas do grupo, que chegam a rebater a orientação do líder da Igreja.
No entanto, a carta, assinada por Dom Dimas Lara e pelo Padre Emilson José Bento, Chanceler do Arcebispado, evidencia ao menos quatro pontos do Legendários que conflitam não apenas com a fé católica, mas também com os dogmas da Igreja, levando ao desaconselhamento da adesão ao retiro.
Basicamente, o fato de não ser um grupo católico resumiria os conflitos, mas outros pormenores destacados na nota reforçam as razões que levaram ao alerta. Confira:
1) É espiritual, mas não católico
A intenção de escrever a carta surgiu após vários fiéis perguntarem à líderes da Igreja em Campo Grande (MS) se era correto participar do Legendários.
A partir disso, a carta foi escrita sob o argumento de que o movimento não é católico e isso já bastaria para não ser recomendado aos membros da comunidade cristã.
2) Legendários não dialoga com dogmas da Igreja Católica
A proposta espiritual dos Legendários é outro ponto que conflita com a Igreja Católica, conforme a carta, pois não está em comunhão com os meios ordinários de santificação e formação cristã da religião, como os sacramentos e a vida comunitária paroquial. Desse modo, não se configura uma expressão autêntica da espiritualidade católica.
3) Exercícios e desafios físicos intensos
Ainda que não se defina pertencente a alguma religião, o Legendários foi fundado por um pastor e prega valores humanos sensíveis, mas com atividades não validadas pela Igreja Católica Apostólica Romana, como a prática de exercícios físicos para a restauração do espírito.
A carta enfatiza que, assim, o Legendários incentiva experiências imersivas de cunho espiritual não católico, exercícios e desafios físicos intensos ao ar livre como métodos para regeneração espiritual — algo que a Igreja não compactua, pois oferece riscos à saúde física e emocional dos participantes.
4) Personalidades evangélicas atuam como porta-vozes
O fato do grupo trabalhar fortemente a adesão de figuras públicas, de empresários, influenciadores digitais e personalidades do mundo evangélico também contradiz o catolicismo e é reforçado na carta.
Nesse contexto, como o movimento é encabeçado por lideranças de outra religião, é desaconselhado a quem faz parte de comunidades católicas.
Vale reforçar que o bispo não proibiu os fiéis de fazerem parte do Legendários, mas emitiu sua recomendação motivado por um questionamento dos mesmos. Confira a nota na íntegra:

Movimento Legendários
Fundado em 2015 na Guatemala pelo pastor Chepe Putzu, o Legendários é um “movimento para homens que busca restaurar o desenho original do homem: um líder que ama, honra e une”, sob o lema “AHU – Amor, Honra e Unidade”.
Para tanto, propõe experiências na natureza, geralmente em montanhas, onde os participantes são submetidos a desafios físicos que testem sua resistência e reforcem sua masculinidade, supostamente embasados pela palavra de Deus.
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