De uns anos para cá, as escolas se divertem ao máximo recebendo alunos no dia de cabelo maluco, os quais usam a criatividade para “espetar” os fios e colocar cores e adornos diversos. No entanto, como aqui em Mato Grosso do Sul o negócio é “bruto, rústico e sistemático”, um concurso de chapéus fez um garoto reproduzir o Pantanal em um chapéu de palha.

A ideia, segundo a coordenadora pedagógica Lucélia Cacho, de 46 anos, era estimular a criatividade dos pequenos, na chamada festa pantaneira, em Aquidauana, a 142 km de Campo Grande.

“Aqui nós trabalhamos este tema, porque a aceitação de festa junina e julina é pouca, então, tive a ideia do concurso do chapéu, em que cada aluno produzisse o seu ao lado da família. Foi algo bem aceito pelos pais e esta é mais uma das formas de atrair as crianças para a festa”, explicou ao MidiaMAIS.

Chapéus foram confeccionados por alunos de escola particular de Aquidauana (Arquivo Pessoal)

Ao todo, 36 chapéus participaram do concurso e cinco foram eleitos por jurados. “Eu imaginei que a maioria das crianças estaria produzindo chapéus decorados de festa junina, mas, como a festa se chamava pantaneira, eu pensei: vamos fazer o Pantanal no chapéu. E aí eu tenho uma amiga que tem um projeto, que se chama Viva Pantanal. Meu filho fez a fazenda, eu o ajudei ali nos detalhes e ele pediu para a Tati se poderíamos usar o nome no chapéu, então, ficou a fazenda Viva o Pantanal“, explicou a mãe, a fotógrafa Arumi Figueiredo, de 39 anos.

Mãe e filho confeccionando chapéu (Arquivo Pessoal)

Assim, a mãe e o filho saíram às compras, na semana anterior. “Estava um frio danado e fomos lá, porque a fazenda ficou toda dividida, mostrando o Pantanal como é mesmo. Tinha a comitiva, a bruaca, o gado, o peão, a onça, o barqueiro, tudo feito com massinha de biscuit por nós. O Benício [Carlos dos Santos Figueiredo, de 10 anos] foi pintando junto e depois colocamos os boizinhos que compramos de brinquedos, além dos cavalos e vacas”, argumentou Arumi.

Nos detalhes, também há um rio com a vegetação, a canoa e o pescador. “É pra mostrar a parte de água do Pantanal. Coloquei também o ipê-amarelo e o rosa, para simbolizar a natureza. Por último, colocamos a porteira de madeira, o peão, que é o ponteiro com berrante, com o laço no cavalo e roupinhas tradicionais, além das bandeirolas para dar um ar de festa, mesmo o nosso Pantanal passando por um momento triste, é assim que ele é”, disse a mãe.

‘Criamos memórias’, disse mãe sobre confecção de chapéu (Arumi Figueiredo/Arquivo Pessoal)

No dia do concurso, que ocorreu neste último sábado (13), houve a escolha. Dos 36, cinco foram selecionados pelos jurados e depois seguiram para votação popular. O chapéu pantaneiro, no caso, ficou em segundo lugar.

“Acho importante porque é um momento em que criamos memórias. Era um dia frio quando saímos para comprar bois, tecidos, aquela farra mesmo em um dia bem atípico”, finalizou Arumi.

Confira aqui os detalhes do chapéu: