‘Tolerou nossa presença’: espécie vulnerável, gato-mourisco ruivo aparece em hotel de MS

“Você percebe que é algo especial quando o pantaneiro, guia de campo que já viu de tudo, fica empolgado”, diz bióloga que avistou gato-mourisco ruivo em MS

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gato mourisco marrom avermelhado ruivo pantanal
Mesmo exemplar fotografado em ângulos diferentes no pantanal sul-mato-grossense – (Fotos: Luiza de Freitas Relvas e Wendel)

Considerado vulnerável na lista de espécies ameaçadas de extinção, um raro exemplar de gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi) foi avistado em Mato Grosso do Sul. O animal apareceu em um hotel no Pantanal e chamou atenção por sua coloração ruiva diferenciada, poucas vezes registrada na região.

O avistamento ocorreu na Estância Caiman, área pantaneira de Miranda, localizada a 236 quilômetros da capital Campo Grande. Um grupo de guias de passeio que atuam no hotel andava pela mata quando se deparou com o animal, que logo saltou aos olhos com sua pelagem marrom-avermelhada em meio à mata verde do local.

Bióloga e guia, Luiza Relvas, uma das responsáveis pelo registro da aparição do exemplar, ficou encantada com o encontro. Eu nunca tinha visto um gato-mourisco bem visto e ainda tive a sorte de encontrar esse ruivo, que foi muito gentil e tolerou nossa presença por uns 15 minutos. Não dá pra ter mais sorte que isso”, afirma a profissional.

Ela destaca que o gato-mourisco possui uma grande variedade de cores, sendo cinza-escuro e marrom as mais comuns. O marrom-avermelhado, no entanto, não é encontrado com tanta frequência.

“Você percebe que é algo especial quando o pantaneiro, guia de campo que já viu de tudo, fica empolgado, comenta, ao revelar que estava acompanhada de alguém da região no momento do encontro.

A Caiman Pantanal, onde o animal deu as caras, também comemorou a manifestação. Não é tão fácil avistar um gato-mourisco assim de pertinho, ainda mais com essa coloração tão incrível, e o encontro fez a alegria do nosso time”, declara a estalagem.

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Onde ocorre a presença do gato-mourisco

De acordo com a ONG Onçafari, que atua na preservação dessas e outras espécies na região, o gato-mourisco tem ampla distribuição pelas Américas, ocorrendo desde o México até a região central da Argentina.

E, embora esteja presente em praticamente todo o território brasileiro, o animal tem baixa densidade populacional. De modo geral, é encontrado em uma grande variedade de habitats, incluindo florestas tropicais, cerrados, caatinga e áreas pantanosas, ocorrendo em todos os biomas do Brasil.

No pantanal sul-mato-grossense, os avistamentos não são tão frequentes e, quando ocorrem, costumam ser de gatos-mouriscos de outras cores intermediárias e melânicas comuns.

Gato-mourisco e suas características que o diferenciam

A espécie tem o corpo mais alongado que os outros gatos selvagens neotropicais e possui hábitos diurnos. Segundo o Onçafari, os gatos-mouriscos tendem a medir de 48 a 83 cm de comprimento e suas caudas costumam variam de 27 a 59 cm.

Além disso, pesam de 3,7 a 9 kgs e os machos são maiores que as fêmeas. Suas pupilas são redondas e não elípticas como outros felinos, característica pode ser reflexo de seus hábitos diurnos.

Também chamados de jaguarandis, esses animais preferem caçar durante o dia, quando estão mais ativos, diferente da maioria dos felinos selvagens.

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Espécie é considerada vulnerável

Embora sejam muitos habilidosos ao se locomoverem em árvores, os gatos-mouriscos gostam mesmo é de caçar no solo. Geralmente, são animais de hábitos solitários e que costumam tolerar a presença de outros indivíduos em seu território.

A dieta é variada, já que podem se alimentar de praticamente tudo o que puderem comer. O cardápio inclui mamíferos de pequeno e médio porte, anfíbios, peixes, lagartos, cobras, aves e insetos.

Apesar de classificado como “pouco preocupante” pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), é considerado “vulnerável pela lista nacional do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Isso porque estimativas preveem uma diminuição de suas populações em 10% nos próximos anos, devido, principalmente, à perda de seus habitats.

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