Sicredi inova com cineminha em feira agropecuária e mostra início do cooperativismo no Brasil

História de sucesso do sistema cooperativista começou no país há 122 anos e é exibida em curta-metragem

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(Graziela Rezende, Midiamax)

A grama pela qual passam os visitantes da feira agropecuária logo é substituída por um piso e portinha de madeira, com acesso a um cineminha. Pouco antes, sentindo o cheirinho da pipoca, recebemos o alimento e escolhemos um entre os aconchegantes 16 lugares. A partir dali, um mergulho em uma só história: o nascimento do cooperativismo no Brasil, a partir de 1902.

A ideia inovadora é do Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), que levou o curta-metragem em um estande para a Showtec, a maior feira agro de Mato Grosso do Sul. Em sessões intercaladas, de 15 minutos, as pessoas fazem uma viagem no tempo, até o município de Nova Petrópolis (RS) – hoje conhecida como a Capital do cooperativismo- conhecendo uma família que encontrou, na cooperação, a solução para as dificuldades financeiras e de oportunidade de negócios.

(Internet/Divulgação e Jornal Midiamax)

“O padre, que é exposto no filme, é o originário de tudo, é quem trouxe o sistema cooperativo da Alemanha, em 1902. Naquela época, quem tinha acesso ao crédito eram só os grandes fazendeiros, os colonos. E os pequenininhos começaram a perder tudo, principalmente porque estavam com dificuldade financeira”, afirmou ao Jornal Midiamax Emerson Perosa, presidente da Sicredi Pantanal MS.

Na época, enquanto muitos lutavam para “vender uma vaquinha” outros estavam com capital, como os donos de vinícola, por exemplo.

“Quem fornecia e até hoje é assim, quem fornece a matéria-prima ainda recebe menos. Aí o que ele falou? Pô, vou trazer essa ideia pra cá e implantou aqui o que ele fazia lá . E até hoje, em Nova Petrópolis (RS) tem a agência onde tudo começou. Aliás, é uma viagem muito interessante que muitos devem fazer, assim como mostra no filme. Ele [padre] ia com aquela mulinha e um livro e ia falando como tudo funcionava. E aí começou o sistema, que é hoje é o que é, o maior sistema cooperativo do Brasil”, argumentou Perosa.

Conforme o presidente, o Sicredi é segundo no ranking que mais oferece crédito ao agro e é maravilhoso quem tem esta opção na mão. “E tudo isso o cooperativismo nasceu com essa essência, é isso que eu acho bonito, entendeu? Uma essência social que desenvolveu o ser humano e todos que cresceram juntos”, ressaltou.

Cineminha do cooperativismo

(Graziela Rezende, Midiamax)

O curta-metragem tem o princípio de reforçar o quinto e o sétimo princípios do cooperativismo, que são a educação, formação e informação e o compromisso com a comunidade.

“Achei bem legal e bem interessante a história de como a gente começou a cooperar com as pessoas. Eu não imaginava que essa história era tão antiga assim, então, foi uma surpresa. E é como falou no filme, todos precisam se ajudar”, ressaltou a estudante Natália Soares dos Santos, de 16 anos.

(Graziela Rezende, Midiamax)

Outra aluna do ensino médio de Maracaju, Kathlen Carolina de Oliveira, de 16 anos, disse que teve muito aprendizado com o filme.

“Não sabia que o cooperativismo era tão antigo. O que ele traz para a pessoa sobre a cooperativa, os ensinamentos que devemos carregar, então, vale a pena conhecer essa história”, opinou.

Morador de Aquidauana, Tiago Riquelmo da Silva Lopes, de 17 anos, disse que, a partir de agora, terá “espírito empreendedor”.

Já o amigo Rafael Mariani Flores, de 17 anos, que também curtiu o cineminha, disse que o incentivo do padre e iniciativa do garoto fez toda a diferença. “Mostrou para a família e levou o cooperativismo adiante”, argumentou.

Quais são os princípios do cooperativismo no Brasil?

  • Adesão livre e voluntária, em que as pessoas usam os serviços, assumindo suas responsabilidades e sem qualquer discriminação de gênero, social, racial, política e religiosa
  • Gestão democrática, controlada pelos membros que participam das políticas e tomada de decisões
  • Participação econômica, em que os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e as controlam democraticamente
  • Autonomia e Independência, sendo as cooperativas organizações autônomas e de ajuda mútua
  • Educação, formação e informação, para que todos possam contribuir, eficazmente, no desenvolvimento das cooperativas
  • Intercooperação, para fortalecer o movimento como um todo dos princípios corporativistas
  • Interesse pela comunidade, em que todos atuam para o desenvolvimento sustentável do local onde estão inseridas e prezam por investimentos em projetos que sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos

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