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‘Pai’ das sucuris de Bonito chora ao descobrir que sucuri morta é Vovózona: ‘estou me recompondo’

Vilmar foi até o local onde está a carcaça do animal e se emocionou com a cena, especialmente após constatar que a sucuri morta, chamada de Anajulia, é a popular Vovózona
João Ramos -
pai das sucuris vovózona
Vilmar diante do corpo de Vovózona - (Fotos: Reprodução, Terra da Sucuri)

Conhecido como pai das sucuris de Bonito (MS), o guia e monitor ambiental Vilmar Teixeira está de luto. Isso porque ele descobriu que Anajulia, a sucuri-verde (Eunectes murinus) encontrada morta nas margens do Rio Formoso é, na realidade, Vovózona.

A cobra tinha duas alcunhas, sendo batizada de Anajulia por biólogos e documentaristas há uma década, e de Vovózona por Vilmar, responsável por torná-la popular nas redes sociais nos últimos anos.

O batismo com o nome Vovózona se deu pela idade avançada e por seu tamanho: 6,5 metros – a maior da área alagada de . Cada vez que uma nova sucuri-verde aparecia na região, Vilmar as apelidava seguindo a linha de raciocínio: uma segunda, menor que Vovózona, ganhou o nome de “Mãezona”, enquanto uma terceira recebeu a alcunha de “Tiazona”.

Entre todas, Vovózona era a mais imponente e majestosa do local, onde o pai das sucuris atua como guia.

Até a tarde desta segunda (25), ainda havia dúvidas sobre qual cobra realmente tinha sido encontrada morta no Rio Formoso, mas, tanto Vilmar quanto o documentarista Cristian Dimitrius, confirmaram, através das manchas pelo corpo – impressões digitais -, que a serpente era mesmo Vovózona – para alguns, Anajulia.

Luto na fauna

Visivelmente abalado e emocionado, Vilmar foi até o ponto onde se encontram os restos mortais da sucuri e entrou em prantos ao constatar a identidade da cobra.

“Infelizmente venho informar para vocês que essa aqui é a sucuri Vovózona. Eu estou me recompondo agora, passei a noite em claro sem dormir porque são mais de dez anos de registro desse animal, mostrando que esse animal não oferece risco à natureza, à nenhuma pessoa, e vem uns bárbaros aí, com falta de conhecimento… não sei o que falar dessas pessoas que chegaram a tirar a vida desse animal tão inocente porque eu já nadei com ela, jamais ela ofereceu risco ao ser humano ou alguém”, lamentou ele em vídeo publicado em seu canal no YouTube, “Terra da Sucuri”.

O guia ainda mostrou de perto o cadáver de Vovózona, já em avançado estado de decomposição e tomado por moscas. O corpo da cobra segue na natureza em Bonito. “Nunca houve uma tentativa de ataque dela a minha pessoa ou a alguém que esteve comigo. E aqui está infelizmente a imensa Vovózona, em processo de decomposição. Sem palavras… é triste saber que a gente cuidou tanto de um animal desse e vem umas pessoas sem conhecimento… fica aqui o meu repúdio”, diz o pai das sucuris.

Veja as imagens:

Suspeita de assassinato

Em suas palavras, Vilmar endossa a suspeita de que Vovózona tenha sido morta pela ação humana, e não de maneira natural. A princípio, o documentarista Cristian Dimitrius, responsável por anunciar a morte da sucuri, afirmou ter recebido a informação de que ela teria sido assassinada a tiros.

No entanto, em perícia inicial realizada nesta segunda (25), a Polícia Militar Ambienta não encontrou marcas de tiro na carcaça da serpente. Ainda assim, a PMA informou ao Jornal Midiamax que o animal está muito inchado, o que dificulta a visualização de alguma perfuração por projétil de arma de fogo.

Além disso, a PMA contatou a Polícia Civil, que vai enviar uma equipe de peritos para verificar as possíveis perfurações e deve assumir o caso.

Investigação e futuro da sucuri Vovózona

Conforme o delegado titular da Polícia Civil de Bonito, Pedro Ramalho, ele, juntamente com uma equipe de peritos, irão periciar a sucuri nesta terça-feira (26) para verificar o que de fato ocorreu. “Se for comprovado que a morte foi provocada pelo ser humano, essa pessoa irá responder por crime contra a fauna”, explica o delegado.

O comandante da PMA, coronel José Carlos Rodrigues, afirma que, se comprovado o crime contra a sucuri, o responsável poderá responder por crime ambiental, que tem pena de detenção que varia de 6 meses a um ano, além de ser multado no valor que pode chegar R$ 5 mil. “Além de responder criminalmente, o autor será autuado administrativamente”, destaca o militar.

Rodrigues revelou ainda que, após ser periciada, a sucuri será trazida para (MS), onde passará por um processo de embalsamamento, metodologia que preserva a aparência e características do animal. “Posteriormente ela integrará o acervo de animais taxidermizados da Polícia Militar Ambiental e fará parte das exposições que nós realizamos”, garante.

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