Receber o diagnóstico de doença de um filho recém-nascido pode ser desesperador, principalmente se as perspectivas médicas não apontam para uma melhora. Nesses momentos, a fé serve como um consolo. Assim foi com Tatiara Alves de França Castro, 35 anos, quando o pequeno Isaac foi diagnosticado com bronquiolite, aos 22 dias de nascido.

O ano era 2022, e Isaac de França Castro, que nasceu saudável, contraiu um vírus respiratório, ocasionado um quadro de bronquiolite. Os sintomas iniciais não apontavam para algo grave e todas as vezes que Tatiara levou o filho ao pronto-socorro, foi recomendado pelos médicos fazer apenas uma lavagem nasal.

Contudo, o caso se agravou e Isaac precisou ser intubado. No processo de intubação, o menino sofreu um AVC isquêmico, aumentando os ainda mais o seu quadro. Isaac foi diagnosticado com pneumonia, bronquiolite e um AVC isquêmico, exigindo de Tatiara e seus familiares muita resiliência e fé.

“Os médicos falaram que o estado dele era bem grave, que ele precisava de uma vaga no CTI, mas a gente estava vivendo aquele caos das doenças respiratórias, principalmente nas crianças. Os braços e perninhas dele ficaram rígidos, sem mobilidade, então ele fazia acompanhamento com fisioterapeuta”, explica.

Contudo, mesmo em meio às incertezas e dificuldades, Tatiara fez questão de batizar Isaac no PAM (Pronto Atendimento Médico). No mesmo dia o menino conseguiu uma vaga no CTI (Centro de Terapia Intensivo), algo essencial para a melhora de Isaac. “Os médicos falaram que a vaga no CTI foi essencial, porque se ele passasse daquela noite na emergência, ele poderia não resistir”, conta.

Tatiara milagre filho recém nascido com bronquiolite
Tatiara e o filho Isaac. (Arquivo Pessoal)

Cura de Isaac foi considerada um milagre

Atualmente com 1 ano e 5 meses, Isaac está curado, sem nenhuma sequela do ocorrido. Segundo Tatiara, a cura do filho veio após muitas orações de toda a família. Sendo assim, todos consideram que o menino vivenciou um verdadeiro milagre.

“Hoje ele está curado, ele não tem sequelas nem neurológicas, nem motora, não tem bronquite, não tem asma, tem sim a imunidade mais baixa, mas ele não tem problemas de saúde. Ele tem uma saúde boa, graças a Deus, para uma criança que passou por tantos problemas”, afirma.

Contudo, Tatiara acredita que o milagre na história de Isaac começou desde o início de sua existência, após especialistas garantirem que seria praticamente impossível que ela gerasse um vida em seu útero. O caso ocorreu depois de enfrentar um aborto e precisar retirar uma das suas trompas. Tatiana passou por tratamentos para engravidar, mas as perspectivas não eram positivas.

“Ele é um milagre. A minha história com ele é de milagre, desde que eu engravidei, e descobri a gravidez. Eu já estava com 8 para 9 anos de infelicidade, e o Isaac veio. Engravidei em 2022. Foi um processo de gravidez em que eu tive muito medo de perdê-lo por conta do meu histórico de perdas e eu pedia pra Deus sempre deixar o Isaac perto de mim sempre comigo”, conta.

Assim, quando o menino adoeceu, Tatiara não poupou esforços no que estava ao seu alcance, inclusive nas orações, que uniu toda a família. “Nós fizemos correntes de oração nas igrejas, tanto entre nós católicos, quanto amigos das igrejas evangélicas. Fizemos aqui em Campo Grande, em vários lugares do Brasil, e até fora do Brasil, onde a gente tinha conhecidos”, diz Tatiara.

Alerta para mães de recém-nascidos

Após o susto com o Isaac, Tatiara consegue identificar os erros que ocasionaram a contração do vírus e se tivesse outros filhos, faria tudo diferente. Mesmo evitando contato com terceiros no puerpério, a família acredita que eles mesmos levaram o vírus para dentro de casa. Algo que, talvez, pudesse ter sido evitado com o cuidado de trocar as roupas usadas no trabalho, antes de ter contato com o bebê.

“Nós não tivemos contato com outras pessoas, então o vírus veio pra dentro de casa, ou pelo meu esposo que trabalhava fora ou pelos meus enteados que estudavam. Precisa ter esse cuidado com a pessoa que ganhou o neném, de chegar, trocar de roupa, tomar um banho. A gente simplesmente estava tão eufórico com o nascimento dele que não teve esse cuidado tão forte, como na época da Covid”, explica.