Os sinais – não de uma doença, mas, de uma paixão absurda – começaram a aparecer logo cedo: se chovia, Jake ficava enlouquecido com os pingos das goteiras nas telhas, queria morder e, quando tinha água acumulada no ralo do banheiro, o cãozinho raspava as patinhas querendo pegar. Foi assim até os seis anos, até que a família entendeu o fato de ter um “peixinho” em casa, que implora diariamente para curtir a piscina, em Campo Grande.

“Nós morávamos em Brasília e lá teve o aniversário do Luiz, meu irmão mais novo, que estava completando sete anos. Foi sugerido dar um cãozinho de porte pequeno a ele, já que morávamos em um apartamento. Na hora de escolher, nossa mãe disse a ele para optar por uma fêmea, que não demarcaria território. No entanto, quando chegamos, a dona dos filhotes veio com um cão pequeno no colo e soltou nas mãos dele, daí em diante não quis soltar nunca mais”, contou ao MidiaMAIS Adriano de Oliveira Pacheco, de 26 anos.

Na ocasião, a família percebeu que um laço forte se formava entre o garoto e o cãozinho Pinscher. “Jake hoje tem 10 anos e se tornou o xodó da família. Ele é carismático e cheio de energia, encanta a todos com suas peraltices. Na época, eu saía para passear com ele todos os dias, andava de bicicleta com ele sentadinho junto no guidão e ia buscar meu irmão na escola. Assim, o Jake aprendeu a ser meu companheiro, era uma diversão!”, relembrou Pacheco.

Após este período, a família se mudou para a capital sul-mato-grossense. “A gente não entendia aqueles sinais no começo, mas, logo ele foi mostrando a sua paixão. Aí chegou um novo membro de 4 patas na família também, o Capi. Novamente fizemos uma mudança, agora para uma casa com piscina. E já na hora de limpar a piscina, com água verde, Jake se jogou naquela água suja com a felicidade de uma criança. A gente correu desesperado para tirá-lo e lá ele se divertia”, contou Adriano.

‘Tem pique para horas na água’, diz um dos tutores

Jake na piscina e também na bacia. (Instagram/Reprodução)
Jake na piscina e também na bacia. (Instagram/Reprodução)

Após a limpeza da piscina, todos os dias o cãozinho entrava ali como lazer. “Ele nadava sem parar, muitas vezes tínhamos que tirar da água, porque não queria sair, chegava a ficar duas horas nadando e late até hoje para abrir a grade da piscina. Ele pula, acho que essa loucura da água deve ter vindo de alguma outra vida, quem sabe o Jake não foi um peixinho? Ele tem pique para ficar horas”, opina o “tio” do Jake.

Atualmente, os cuidados são constantes. “Para não forçar muito a coluna e ficar menos tempo na água, ele também fica na bacia. A gente seca bem para não dar fungos na pele e não deixar os ouvidos úmidos causando otite, porém, se depender dele a frequência é a todo momento”, explica Adriano.

Jake é sucesso: 16 milhões de views

Presente nas redes sociais, Adriano diz que não imaginava tamanho sucesso para o Jake. Atualmente, possui mais de 760 mil seguidores. “Foi uma coisa muito louca pra gente, ninguém esperava isso. Eu postei primeiro um videozinho dele, sem intenção nenhuma, e passou de 2 milhões de visualizações. Aí postei outro, passou de 16 milhões e nisso ele foi ganhando seguidores, muitos repostando, até que foi compartilhado em páginas famosas. Foi bem legal este momento, o Jake é da nossa família”, disse.

Quando posta stories, Adriano diz que a interação dos internautas é absurda. “Eu recebo muitas mensagens, umas 150 quando posto. Tem gente que conversa, elogia bastante e fala que o Jake lembra algum cachorrinho que a pessoa já teve, que gostam do carinho que temos e do que proporcionamos a ele e ainda tem gente que diz: ‘Eu estava mal, mas, esse vídeo alegrou o meu dia’. É muito legal receber este tipo de mensagem”, argumentou.

Sobre os vídeos, Adriano diz que raramente faz algum roteiro. “Não tem nada mais bem elaborado. Eu gosto de deixar natural e ele realmente pede pra gente abrir a lona da piscina, então, gosto de passar essa naturalidade e acho que, por isso, fez sucesso. E agora a gente o incentiva. Eu basicamente abro a piscina enquanto ele está pedindo e o filmo, não é premeditado, não tem roteiro. É claro que, quando ele está brincando, vou narrando. Acho que é isso que fez esse sucesso, essa naturalidade”, falou.

Qual a lição de vida do Jake?

A família diz que o Jake trouxe inúmeras lições de vida. “Ele nos ensinou a dar mais valor as pequenas coisas, a valorizarmos o que temos. A gente costumava levar ele para correr nas pracinhas e quadras e ele sempre correu, viveu cada segundo. É um cão feliz em uma bacia de R$ 30, da mesma forma que é feliz em uma piscina com um custo bem maior. O Jake nos ensina muito e transformou minha rotina de trabalho, eu trabalhava no setor financeiro de uma clínica de odontologia e hoje trabalho com edição de vídeos”, finalizou.

Confira aqui um dos momentos de diversão do Jake e o irmão Capi: