Há 121 anos, abertura do Rio Paraguai para navegação trouxe a MS primeira exibição de cinema

“O circo acaba de adquirir um cynematographo. Assim é que 5ª feira, pela primeira vez exhibiu-o.” A notícia, escrita com estas palavras, foi postada no jornal corumbaense, ressaltando que, em 19 de novembro de 1903, ocorria a primeira exibição no formato de pequenas esquetes, sem história. Desta forma, a data é reconhecida como Dia do Cinema e do Audiovisual Sul-Mato-Grossense.

Segundo a cineasta Marineti Pinheiro, que publicou um livro sobre o assunto, no ano de 2010, o cinema chegou no Estado a partir da abertura do Rio Paraguai para navegação. “Assim como o desenvolvimento do Estado se deu pelas vias fluviais, e depois férrea, o cinema adentra Mato Grosso do Sul por este caminho”, comentou.

Há 121 anos, portanto, o cinematógrafo chegou em um navio e, nesta data, fizeram a projeção das primeiras “vistas animadas”, a qual levou este nome porque eram pequenas esquetes sem história.

A pesquisa nos exemplares do Jornal do Brasil contou com a ajuda do pesquisador e cinéfilo Celso Higa, e foi apenas após uma rigorosa investigação que a cineasta Marineti Pinheiro procurou a Deputada Mara Caseiro para elaborar o projeto de Lei, que foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa. 

Essa pesquisa surgiu pelo trabalho que Marineti fez em seu livro “Salas de Sonhos – Memórias dos cinemas de Mato Grosso do Sul” publicado em 2010, pela editora da UFMS, onde traz um levantamento das salas de cinema no estado, buscando a partir das documentos, registros, memórias e acervos pessoais as informações dos espaços de exibição da sétima arte. 

“Fatores relevantes marcam a celebração dessa data como a importância dos espaços de cinema na formação cultural e social das cidades. Antes da televisão as cidades tinham como principal espaço de convivência e entretenimento as salas de cinema. Hoje o audiovisual, com a rápida evolução tecnológica, tem uma crescente considerável no Brasil, em função do consumo temos o aumento da produção. Assim celebramos a história de uma atividade agregadora, importante no âmbito artístico, social e econômico para Mato Grosso do Sul”, celebra Marineti.

Para entender melhor o crescimentos da atividade, em 2024, a Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, oriunda de recursos do setor investiu no estado R$ 52 milhões, desse valor 70% (mais 37 milhões) foram para ações voltados ao cinema e audiovisual nas áreas de produção, formação e difusão, o que tem propiciado o crescimento e fortalecimento econômico da atividade. Já no âmbito da formação, a criação, em 2019, do Curso superior em Audiovisual na UFMS tem contribuído de forma ímpar na profissionalização da atividade. “Diante do histórico e dos números consideráveis desejamos vida longa e produtiva ao Cinema e o Audiovisual de MS”, comenta Marineti.