A médica tinha sido bem clara ao dizer que, talvez, o bebê, “não passaria daquele dia”. Com quatro dias internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva), o menino de um ano e cinco meses, infectado com H1N1, não respondia aos medicamentos e a equipe disse que a mãe “se apegar na fé”, já que não tinha mais o que ser feito.

Assim, atuante na igreja e devota de Nossa Senhora, chamou um padre para ir até o hospital fazer o batismo e a unção dos enfermos, antes chamada de extrema-unção e recebida por quem está em risco de vida.

Almofadas que a costureira fabrica possuem imagens santas como forma de gratidão (Graziela Rezende/Jornal Midiamax)
Almofadas que costureira faz tem imagens santas como forma de gratidão (Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

“Tudo aconteceu de manhã, da médica me falar aquilo, mas, eu não conseguia acreditar, não queria acreditar naquilo. Ele foi desenganado, ela disse que a esperança de sobreviver era mínima”, contou ao MidiaMAIS a mãe, Lorena Consuelo Freire, de 41 anos.

Na ocasião, enquanto a esperança de todos era mínima, a mãe falou que fez orações com muita fé.

“Eu não aceitava, pensava: ‘Esse não é o meu Deus. E falei para Nossa Senhora: ‘A senhora conhece a minha dor, porque é a mesma sua, entregou o seu filho, foi uma dor ainda maior’. E daí eu sei que eu ajoelhei, pedi a ela, isso tudo de manhã. No final da tarde, quando fui visitá-lo de novo, a situação já era outra”, relembrou.

De acordo com Lorena, a visita era pra levar os objetos de higiene do filho, porém, a médica já a aguardava.

(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)
Objetos feitos pela costureira (Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

“Ela me recebeu como um anjo, falando que meu filho estava respondendo, que não ia nem precisar perfurar o pulmão, um procedimento que eles já iam fazer. Isso foi em 2018 e hoje o nosso caçula é a alegria da casa. Tenho seis filhos ao todo”, comentou.

No decorrer do tempo, Lorena, que é artesã e atua com costura criativa, decidiu externar todo este sentimento, “estampando o milagre” em almofadas.

“Eu decidi fazer estes objetos, as almofadas, as bolsas, vários artesanatos com a foto de Nossa Senhora e Jesus Cristo, para externar a minha gratidão. Ela me devolveu o meu caçulinha. São quatro meninas e dois meninos lá em casa. O meu primogênito é um homem e o mais novo também, então, foi o último presente de Deus que eu tive, a família unida que todo mundo queria”, disse.

Lorena e o marido com o filho caçula, Luiz Fabiano, em seu aniversário no mês passado. (Arquivo Pessoal)

Conforme Lorena, o filho possui excelente saúde, ficando apenas com uma sequela no pulmão direito.

“Só que é como se não tivesse. E aí eu sempre faço os objetos com as estampas e, quando tenho oportunidades, falo deste milagre, desta devoção. Não coloco nome em Nossa Senhora porque cada lugar ela tem um, tem uma história e tem gente que confunde, então, costumo falar que ali está a mãe de Jesus”, finalizou.

(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)
(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)