Esqueça a maquete da escola: casa de isopor é real e ‘diminui’ calorão de Campo Grande em mais de 20°C
Imóvel, que ganha visitas sem parar, tem isolamento térmico e acústico, além de ser 30% mais barato e sustentável
Graziela Rezende –
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É tanta analogia que dá pra fazer ao chegar na frente da obra, mas, vamos ao óbvio: lembra aquela maquete da escola, que você “quebrava a cabeça” montando colunas de isopor, pois é…a primeira vista é bem isso, só que usando tecnologia e engenharia na mesma empreitada. Assim, o que a gente via em miniatura agora é real e com um motivo a mais, principalmente para quem mora em Campo Grande: as casas de isopor são acústicas, térmicas e reduzem o calorão em mais de 20°C.
Na prática, é como se você se isolasse em uma caixa térmica, e ficasse em um ambiente fresco o tempo todo. Se estiver calor, ameniza. Se estiver frio, o vento gelado “de fora” é isolado e não entra na casa.
“Nós usamos um aparelho recentemente, após levantar a estrutura da casa e ficou 45°C lá fora e 22°C dentro, então, ainda tem esta questão do conforto térmico. E no frio ela mantém a temperatura ambiente por mais tempo do que o convencional”, explicou ao Jornal Midiamax o engenheiro civil e empresário Gilmar Franco Martins, de 47 anos.
No caso de valores, o engenheiro ressalta que é 30% mais barata que o convencional. “E tudo depende do projeto, se for um sobrado, fica mais em conta ainda. E o isopor, ao contrário do que muitos pensam, serve como uma forma, com conforto térmico e acústico, então, só existem benefícios, na verdade. E a economia começa quando tem menos viga, menos concreto e acaba sendo mais sustentável também, com materiais que se reciclam e ainda geram menos entulho”, argumentou.
Conforme Gilmar, o uso de isopor na construção é antiguíssimo. “Este é um sistema italiano, usado há 45 anos. Há 12, mais ou menos, chegou em São Paulo. E em Campo Grande tem uns seis anos, ficando mais forte por aqui desde o período da pandemia. Então é tudo muito ágil. Esta casa, por exemplo, está sendo feita há dois meses. O tempo maior é por conta da fundação mesmo e, no sistema convencional, demoraria uns nove meses para ficar pronta”, disse.
Resistente e durável, o isopor não tem função estrutural. “Ele serve para deixar as vigas em pé e fica travado, junto com a fundação. É por isso que a gente até acha graça quando alguém pergunta se o vento não vai levar, que é casa de brinquedo. Estamos falando de um sistema moderno, principalmente quando se fala em conforto térmico e acústico, isso sem falar na mão de obra, que é menor e trabalha com um material 50% mais leve que o tijolo”, opinou.
O painel, fabricado em Campo Grande, é entregue ao cliente em placas de cerca de três metros de altura, com o cálculo feito por metro quadrado na obra. O empreiteiro Aureo Machado, de 38 anos, comentou que estava procurando um terreno para comprar, na região do Recanto dos Pássaros, quando adquiriu e foi conversar com uma arquiteta. Esta, por sua vez, falou do sistema inovador e ele foi conhecer a fábrica.
“Em seguida eu já comecei a estudar este sistema. Vi vídeos na internet e foi algo que me interessou bastante, principalmente, por conta da agilidade, da facilidade do sistema.
“Eu aí eu vi que falta mão de obra especializada, então, decidi eu mesmo montar uma equipe para trabalhar nesta área. E a minha casa será o meu portfólio, então, além do meu imóvel, também ganhei um negócio, um novo nicho de mercado. O meu ramo era na área da construção e ar-condicionado, mas, agora é algo novo. E a casa está ficando bacana, com a nossa cara”, diz Aureo.
Na parte elétrica e hidráulica, ele mostra o uso de um soprador térmico que, em pouco tempo, muxa o isopor e é feita toda a instalação da casa.
“Para passar a tubulação de uma casa vai dias, quebrando parede, fazendo reboco, e aí não dá nem cinco minutos a gente vai fazendo tudo, fora o desgaste do funcionário. E é interessante ressaltar que o isopor usado aqui é resistente a fogo, é anti-chama. Isso não quer dizer que ele não derrete, mas, não propaga incêndio. Tirou a ignição, para”, afirmou o engenheiro.
Engenheiro fez ‘estágio’ em SP para abrir empresa em MS
Para aprender mais sobre o isopor, Gilmar diz que passou dois meses, “fazendo um estágio” na Capital paulista. “Peguei obras em andamento” e depois abri a minha própria empresa”, comentou. Aureo, por sua vez, está fazendo a própria casa e, ao mesmo tempo, tendo um “estágio”.
“Estou documentando tudo. Minha esposa é jornalista e aí temos também tudo da casa sendo documentado. É legal que vou transmitir confiança. Vou falar do sistema e mostrar a minha própria casa. Ela foi levantada muito rápida, a gente até assustou”, finalizou.
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