Esqueça a maquete da escola: casa de isopor é real e ‘diminui’ calorão de Campo Grande em mais de 20°C

Imóvel, que ganha visitas sem parar, tem isolamento térmico e acústico, além de ser 30% mais barato e sustentável

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(Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

É tanta analogia que dá pra fazer ao chegar na frente da obra, mas, vamos ao óbvio: lembra aquela maquete da escola, que você “quebrava a cabeça” montando colunas de isopor, pois é…a primeira vista é bem isso, só que usando tecnologia e engenharia na mesma empreitada. Assim, o que a gente via em miniatura agora é real e com um motivo a mais, principalmente para quem mora em Campo Grande: as casas de isopor são acústicas, térmicas e reduzem o calorão em mais de 20°C.

Na prática, é como se você se isolasse em uma caixa térmica, e ficasse em um ambiente fresco o tempo todo. Se estiver calor, ameniza. Se estiver frio, o vento gelado “de fora” é isolado e não entra na casa.

(Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

“Nós usamos um aparelho recentemente, após levantar a estrutura da casa e ficou 45°C lá fora e 22°C dentro, então, ainda tem esta questão do conforto térmico. E no frio ela mantém a temperatura ambiente por mais tempo do que o convencional”, explicou ao Jornal Midiamax o engenheiro civil e empresário Gilmar Franco Martins, de 47 anos.

(Aureo Machado/Arquivo Pessoal)

No caso de valores, o engenheiro ressalta que é 30% mais barata que o convencional. “E tudo depende do projeto, se for um sobrado, fica mais em conta ainda. E o isopor, ao contrário do que muitos pensam, serve como uma forma, com conforto térmico e acústico, então, só existem benefícios, na verdade. E a economia começa quando tem menos viga, menos concreto e acaba sendo mais sustentável também, com materiais que se reciclam e ainda geram menos entulho”, argumentou.

Conforme Gilmar, o uso de isopor na construção é antiguíssimo. “Este é um sistema italiano, usado há 45 anos. Há 12, mais ou menos, chegou em São Paulo. E em Campo Grande tem uns seis anos, ficando mais forte por aqui desde o período da pandemia. Então é tudo muito ágil. Esta casa, por exemplo, está sendo feita há dois meses. O tempo maior é por conta da fundação mesmo e, no sistema convencional, demoraria uns nove meses para ficar pronta”, disse.

Imóvel de isopor em construlçao em Campo Grande (Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Resistente e durável, o isopor não tem função estrutural. “Ele serve para deixar as vigas em pé e fica travado, junto com a fundação. É por isso que a gente até acha graça quando alguém pergunta se o vento não vai levar, que é casa de brinquedo. Estamos falando de um sistema moderno, principalmente quando se fala em conforto térmico e acústico, isso sem falar na mão de obra, que é menor e trabalha com um material 50% mais leve que o tijolo”, opinou.

O painel, fabricado em Campo Grande, é entregue ao cliente em placas de cerca de três metros de altura, com o cálculo feito por metro quadrado na obra. O empreiteiro Aureo Machado, de 38 anos, comentou que estava procurando um terreno para comprar, na região do Recanto dos Pássaros, quando adquiriu e foi conversar com uma arquiteta. Esta, por sua vez, falou do sistema inovador e ele foi conhecer a fábrica.

Engenheiro fala da agilidade da obra com as placas de isopor (Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

“Em seguida eu já comecei a estudar este sistema. Vi vídeos na internet e foi algo que me interessou bastante, principalmente, por conta da agilidade, da facilidade do sistema.

(Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

“Eu aí eu vi que falta mão de obra especializada, então, decidi eu mesmo montar uma equipe para trabalhar nesta área. E a minha casa será o meu portfólio, então, além do meu imóvel, também ganhei um negócio, um novo nicho de mercado. O meu ramo era na área da construção e ar-condicionado, mas, agora é algo novo. E a casa está ficando bacana, com a nossa cara”, diz Aureo.

Na parte elétrica e hidráulica, ele mostra o uso de um soprador térmico que, em pouco tempo, muxa o isopor e é feita toda a instalação da casa.

Aureo terá a própria casa como modelo para os futuros clientes (Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

“Para passar a tubulação de uma casa vai dias, quebrando parede, fazendo reboco, e aí não dá nem cinco minutos a gente vai fazendo tudo, fora o desgaste do funcionário. E é interessante ressaltar que o isopor usado aqui é resistente a fogo, é anti-chama. Isso não quer dizer que ele não derrete, mas, não propaga incêndio. Tirou a ignição, para”, afirmou o engenheiro.

Engenheiro fez ‘estágio’ em SP para abrir empresa em MS

Para aprender mais sobre o isopor, Gilmar diz que passou dois meses, “fazendo um estágio” na Capital paulista. “Peguei obras em andamento” e depois abri a minha própria empresa”, comentou. Aureo, por sua vez, está fazendo a própria casa e, ao mesmo tempo, tendo um “estágio”.

(Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

“Estou documentando tudo. Minha esposa é jornalista e aí temos também tudo da casa sendo documentado. É legal que vou transmitir confiança. Vou falar do sistema e mostrar a minha própria casa. Ela foi levantada muito rápida, a gente até assustou”, finalizou.

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