Quem visita o perfil ‘Memória do Rock MS’ no Instagram tem uma sensação de viagem no tempo. Com pôsteres e panfletos de eventos que aconteceram nas décadas passadas, a página remonta a história do rock em Mato Grosso do Sul.

A página foi idealizada por Enrique DxDxOx, responsável pela curadoria e publicações que alimentam o perfil. A ideia surgiu quando Enrique recebeu de um amigo alguns flyers impressos, guardados desde os anos 2000, época em que organizavam eventos na Capital.

À frente de produções de eventos nas décadas passadas, Enrique já acumulava um acervo próprio de pôsteres. Algumas artes, inclusive, ele mesmo que produziu. Somados aos materiais que os amigos lhe mandavam, as relíquias viraram conteúdo na rede social.

“Após receber este material, decidi colocar na internet através de um perfil específico, pois eu também tenho muito material dos shows que toquei e ajudei a produzir. Muitos deles eu mesmo que fiz a arte na época”, conta.

Contudo, se engana quem acha que alimentar o perfil requer apenas a postagem das imagens. Antes de publicar, Enrique faz a curadoria do material e escaneia os impressos em alta resolução.

“Tenho algumas pastas com os impressos e até mesmo os arquivos de computador originais de muitas artes de panfletos e cartazes. Dos que tenho físico no acervo eu faço a digitalização em alta resolução, já os que são envios de colaboradores foram digitalizados ou feito fotos por eles mesmos”, explica.

Flyers panfletos de cenário do rock em MS
Enrique guarda panfletos de eventos de rock de décadas passadas. (Arquivo pessoal)

Cenário do rock em Mato Grosso do Sul

Documentar a história do rock no Estado é um dos maiores motivos para Enrique manter o perfil ativo nas redes. De acordo com ele, a iniciativa é uma forma de celebrar o passado, além de motivar o presente e futuro para novas bandas, organizadores e público.

“Campo Grande tem um passado no rock muito grande e por vezes isso não é considerado, ficando a Capital lembrada somente com prevalência de uma linha musical e cultural, mas que na verdade possui toda uma história diversificada nos mais variados ritmos, como o Rap, o Rock, o Samba, entre outros”, explica.

Enrique acompanha de perto o cenário do rock em Mato Grosso do Sul, desde os anos 90. Com isso, percebeu que o estilo musical é cíclico, ou seja, varia suas vertentes de acordo com a época. Contudo, o rock nunca deixou de estar presente no Estado.

“O rock é cíclico, por vezes se repetindo em ondas de estilos e modas. Atualmente, diferentemente dos anos 2000, têm-se muitas opções de shows e bandas, dos mais variados estilos dentro do Rock, seja mais pop ou clássico, seja os mais pesados e undergrounds”, comenta.