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Cris mostra Pantanal para filhas europeias, 26 anos após esbarrar no amor em ônibus a caminho de MS

Sul-mato-grossense se casou com suíço, o qual achou que era mais um bebum entrando em ônibus
Graziela Rezende -
(Cris Bernal/Arquivo Pessoal)

O Carnaval de 1998 estava acabando, assim como o dinheiro, e a viagem que começou de avião fez Cris voltar de ônibus, da Bahia para . Ou seja, duas noites e três dias, e tudo o que ela queria era chegar logo, já que nem grana para comer direito sobrou. No entanto, mal sabia que o que parecia um “bebum” entrando no coletivo era, na verdade, o amor da sua vida. Vinte e seis anos depois, o casal retornou ao Pantanal sul-mato-grossense, com a intenção de relembrar momentos e mostrar para as duas filhas onde tudo começou.

“Eu fui para o Carnaval em Salvador, sempre ia com os amigos para diversão e também para trabalhar em um projeto de ensinamentos sobre higiene pessoal e sexo. A gente foi em inúmeros municípios e aí fiz amizades em Tomar do Geru, lá no Sergipe. Fui passear lá e depois retornei para Salvador. Fui de avião, mas, na hora de voltar para casa precisou ser de ônibus mesmo. Lembro que eu estava passando mal, menstruada e ficou uma vaga do meu lado e outra lá no fundo do ônibus”, relembrou Cristina Egle Bernal, atualmente com 52 anos.

(Cris Bernal/Arquivo Pessoal)

Na parada, o futuro marido de Cris, o economista e administrador Jürg Egle Bernal, também de 52 anos, entrou no ônibus e sentou ao lado dela. “Ele entrou tomando uma lata de cerveja dividir e aí eu pensei: ‘Lá vem o bebum sentar aqui’. E aí nós conversamos e, em duas horas de viagem e eu fiz um gesto, mostrando a barriga e chamando para almoçar. Eu sem um puto no bolso, achei o máximo que ele me pagou salgado e refrigerante. Depois, subi e estava com muito sono”, contou.

Passado algum tempo, Cris disse que dormiu como nunca tinha acontecido antes. “Eu cochilei, depois dormi de verdade e abri os olhos umas seis horas depois. Eu estava encostada nas pernas do Jorge – assim que é o nome dele no – e ele estava com os braços para cima, quieto o tempo todo só me olhando dormir. Ao acordar, ele me contou que queria conhecer o Pantanal. Eu expliquei que passaria pela minha cidade e, pela primeira vez na vida, passei o meu telefone e endereço para um homem”, afirmou.

(Cris Bernal/Arquivo Pessoal)

Assim, pouco antes de desembarcar em Campo Grande, Jürg seguiu seu rumo. “Ele ficou em Brasília e eu cheguei terça de noite. Na quarta cedo já tinha que trabalhar. E o mais engraçado é que eu decidi contar para minha mãe, porque tinha passado telefone e endereço. Eu falei: ‘Mãe, conheci um rapaz, aconteceu assim e assado e, se ele aparecer por aí, diga que eu estou trabalhando’. E não deu outra. Era 6h da manhã, ele chegou na cidade, pegou um táxi e foi parar lá em casa”, disse.

Ao chegar, Cris diz que até as quatro cadelas que tinham no imóvel a recepcionaram bem. “Elas latiam para todo mundo, não paravam. No caso dele, deitaram no colo. E minha mãe quando o viu lá ficou super nervosa, eu estava tomando banho, me lembro bem da cena. Eu que falei: ‘Calma mãe, respira, coloca ele lá na sala e pede pra me esperar’. E ela ficou dizendo que sentiu que ele tinha um bom coração. Aí depois eu fui lá e expliquei pra ele que tinha que ir trabalhar”, comentou.

(Cris Bernal/Arquivo Pessoal)

Ao chegar no emprego, Cris diz que contou tudo ao patrão e, em seguida, ele veio falar de uma mudança, em que ela precisaria me “retirar do Caixa e me colocar como vendedora”. “Eu disse que nem pensar, não aceitava e me demitia. Não fiquei brava, sempre gostei muito do meu patrão. Era um segundo pai, mais ainda depois do meu pai ter falecido. Voltei pra casa e lá estava o Jorge. E nessa altura os meus amigos estavam me cobrando para eu apresentá-lo”, falou.

Ao conversar com o “amigo estrangeiro”, Cris disse que ele teria dito: “Você não precisa trabalhar. Me leva lá na rodoviária que eu vou comprar o ticket para nós dois e vamos ao Pantanal. Naquele momento, minha mãe já o considerou como filho. E o engraçado é que passamos 15 dias lá, com mais de 20 pessoas nos servindo. Ele não me beijava e nem me encostava. Era muito respeitoso, só que eu não me apaixonei no começo, porém, lembrava das palavras do meu pai, que faleceu três anos antes. Ele dizia: ‘Deixa o homem gostar de você antes’ e ainda falava que eu ia casar com alguém que cozinhava bem. E tudo aconteceu”, argumentou.

(Cris Bernal/Arquivo Pessoal)

Mesmo brincando que o Pantanal foi a “primeira lua de mel”, o primeiro beijo só foi ocorrer na volta desta viagem, nos altos da Avenida Afonso Pena, na capital sul-mato-grossense. “Eu agarrei ele lá e ele que ia ficar só dois dias em Mato Grosso do Sul ficou até o último dia do prazo e depois me convidou para ir para Europa. A minha mãe concordou na hora e eu até fiquei brava, falei: ‘Casa com ele você então’. E ela disse, brincando: ‘Não vai ficar com esses moleques do Brasil, não’. E aí eu fui…”, contou.

Desde então, a cada seis meses, ou Cris estava no Brasil, ou a mãe ia para lá visitá-la. “Nós casamos no dia 3 de setembro de 1999, após um ano e um mês juntos. Foram 24 horas de festa, ninguém da família esquece este casamento. Tinha música brasileira e a banda, que era pra tocar só por seis horas, ficou lá até o fim conosco, eles foram muito legais. E aí temos duas meninas, a Chayenne, de 17, e a Chantal, de 19 anos”.

(Cris Bernal/Arquivo Pessoal)

Neste mês de maio, os quatro passaram um temporada em Campo Grande e estiveram também no Pantanal sul-mato-grossense, onde os pais relembraram o início da história de amor. “Eu fui ao cemitério, visitar a minha mãe. Ela faleceu em outubro de 2020. Agora venho aqui só a passeio. As meninas estudam lá, só que elas amam falar da nossa história, do Brasil para os amigos, de como começou o nosso amor, então, dá pra imaginar como foi incrível este passeio em família no Pantanal”, comentou.

Lá, a família se tornou pantaneira por quatro dias. “Foram dias maravilhosos de férias. Fizemos cavalgadas, subimos o Rio Miranda, fizemos trilhas, caminhada, passeio noturno, procurando onça. E a encontramos. Foram passeios pantaneiros mesmo, foi tudo maravilhoso”, finalizou.

Marido da Cris pescando o primeiro peixe e participando de cavalgada, em 1998. (Arquivo Pessoal)

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